O grupo nasce de “uma amizade de três jovens” do distrito de Beja, dos concelhos de Vidigueira e de Alvito, Diogo Rosa, Pedro Chá e João Monte, os quais, “quase desde miúdos”, integraram grupos vários corais tradicionais.
Mas, entretanto, “o gosto pela música fez com que procurassem reinventar e reinterpretar essa tradição”, relatou Paulo Ribeiro.
“A ideia é partir de novas composições” e, ao mesmo tempo, “do cancioneiro tradicional do Alentejo”, para “a tradição e a modernidade poderem, de alguma forma, encontrar-se” explicou o produtor.
Por isso, o grupo procura “fugir à concertina [e] às violas campaniças e apresentar um trabalho com características diferentes”, resultando num álbum com “um lado autoral”, mas que “vai sempre beber nesta raiz e nesta fonte que é a tradição, o cante alentejano”, esclareceu.
“Não se pode dizer que é um disco de cante alentejano, como a UNESCO classificou. Mas é um disco com ‘um pé’ na tradição, nessa raiz, muito inspirado nela, porque no fundo é a raiz deles”, comentou Paulo Ribeiro.
O próprio produtor tem também quatro composições musicais da sua autoria no álbum, entre as quais “Os teus olhos”, no single de estreia.
“A ideia”, quando os três jovens que constituem os Oh Laurinda o contactaram, era “que pudesse produzir o trabalho deles”, com recurso a “outros meios e músicos que pudessem colaborar neste disco”.
É nesse sentido que surgem as colaborações de João Monge, na letra de “Os teus olhos”, que inclui ainda “dois motes populares”, mas também de músicos como Jorge Moniz (bateria, percussões, programações, piano acústico, teclados) e Daniel Neto (guitarras elétrica, acústica, baixo e banjo).
“São 13 músicas” que compõem este álbum de estreia, gravado por André Espada no estúdio Musibéria, em Serpa (Beja), com apenas “algumas gravações adicionais no Ponto Zarco”, em Almada (Setúbal).
O trabalho discográfico foi misturado por João Martins Sela, “que é produtor dos Xutos [& Pontapés] e dos Da Weasel” e masterizado por Rui Dias.
Além da edição física, o primeiro álbum dos Oh Laurinda vai estar disponível “no Spotify e numa série de plataformas digitais” e, apesar de estar “ainda muito fresco”, abre “duas ou três possibilidades para desenvolver ideias futuramente”, segundo o produtor.
“Tem outros pontos de contacto com outras músicas, com a pop, o folk, até com a música eletrónica. Tem aqui vários pontos de contacto e várias pistas para se continuar a desenvolver este trabalho para um outro que venham a gravar”, apontou Paulo Ribeiro.
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