
O Theatro Circo, em Braga, apresenta até ao final do ano novas criações do músico Dino D’Santiago, a ópera “Adilson”, e do realizador e encenador Marco Martins, a peça “Um inimigo do povo”, anunciou hoje a casa de espectáculos.
A obra de Dino D’Santiago, com dramaturgia de Rui Catalão e direção musical de Martim Sousa Tavares, é apresentada no âmbito do ciclo “Paraíso”, que celebra em setembro os 50 anos das independências dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), integrado na programação do Theatro Circo para os últimos quatro meses de 2025, hoje divulgada num comunicado enviado à agência Lusa.
Este ciclo, que aconteceu pela primeira vez em abril de 2023, foi pensado para promover “um espaço de diálogo, através de espetáculos ao vivo, e conversas/debates que reflitam os temas da negritude na música urbana nacional”.
O “Paraíso” acontece nos dias 18, 19 e 20 de setembro, “numa edição dedicada às expressões artísticas afrodescendentes, celebrando os 50 anos das independências dos PALOP”.
No primeiro dia, 18 de setembro, é exibido no gnration o documentário “Independência” (2015), do angolano Mário Bastos, também conhecido como Fradique.
Em 19 de setembro, a livraria Centésima Página acolhe a conversa “E depois da independência? Das lutas da libertação às lutas de hoje” e o Theatro Circo a apresentação da ópera “Adilson”, criada por Dino D’Santiago a convite da BoCA - Biennial of Contemporary Arts, que decorre de 10 de setembro a 26 de outubro em Lisboa e Madrid.
Para o último dia do ciclo, 20 de setembro, está agendada uma visita guiada, conduzida pelo investigador Chisoka Simões, “explorando vestígios e símbolos coloniais em Braga”, a apresentação do resultado da residência artística do artista plástico Ruben Zacarias sobre o património colonial e bibliográfico dos PALOP existente na Biblioteca Pública de Braga, e “dose dupla" de concertos, com a “mítica” Banda Monte Cara e Fidju Kitxora, “um dos nomes mais empolgantes da música atual”.
A apresentação e os concertos acontecem no gnration.
Até final do ano, nos últimos meses em que Braga é Capital Portuguesa da Cultura, estão também em destaque na programação do Theatro Circo a estreia de uma nova peça de Marco Martins, em dezembro, a apresentação da peça “Antígona”, do coletivo SillySeason, com sessões em 12 e 13 de setembro, e a celebração dos 90 anos do compositor norte-americano Terry Riley, no âmbito do ciclo “Contraponto”.
Em 26 de setembro, o percussionista Pedro Carneiro interpreta “In C”, de Terry Riley, com convidados como Jeffery Davis, João Braga Simões e Inês Malheiro.
Ainda no ciclo “Contraponto”, os pianistas Joana Gama e Rui Braga Simões apresentam “Canto Ostinato”, do compositor holandês Simeon ten Holt, no dia 29 de novembro.
A programação do último quadrimestre de 2025 do Theatro Circo começa em 5 de setembro, com a atuação do multi-instrumentista Daniel Pereira Cristo, no âmbito da Noite Branca.
Para 20 de setembro, está marcado um concerto da Jovem Orquestra Afegã, exilada em Portugal desde 2022, e para o dia 27 o cineconcerto “Naquele dia em Lisboa”, do músico britânico Matthew Herbet e do fotógrafo português Daniel Blaufuks, a partir de imagens captadas em 1940 pelo cineasta alemão Eugen Schüfftan.
A programação de música inclui também “Cavalgada de Mil Amperes", um espetáculo audiovisual do ator António Durães com realizador Edgar Pêra, em 4 de outubro, uma atuação da compositora norte-americana Meredith Monk, na Companhia do seu Vocal Ensemble, com Katie Geissinger e Allison Sniffin, em 12 de outubro, e um concerto do músico norte-americano Devendra Banhart, em 24 de novembro, entre outros.
Em dezembro, estreia-se “Um inimigo do povo”, peça de Marco Martins “motivada pelos incidentes ocorridos em dezembro de 2024 na Rua do Benformoso, em Lisboa”. A peça, fruto de uma encomenda do Theatro Circo e da Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura, sobe a palco nos dias 13 e 14 de dezembro.
Ainda no Teatro, em 31 de outubro, estreia-se “Búzio”, uma “auto-ficção humorística e provocadora” da dramaturga e encenadora Ana Baptista.
No âmbito da Dança, a Companhia Nacional de Bailado volta a apresentar-se em Braga ao fim de mais de dez anos, em 3 de outubro, com um espetáculo que reúne “duas visões coreográficas fundamentais: as de George Balanchine com ‘Stravinsky Violin Concerto’ e Ohad Naharin com ‘Minus 16’”.
Em 17 de outubro, sobe a palco “Está Visto”, espetáculo de João dos Santos Martins com a pianista e compositora Joana Sá e a artista visual Ana Jotta, e em 14 de novembro, a bailarina Ana Isabel Castro apresenta a sua nova criação “Adoçar”.
Para o público infantojuvenil há o festival “Curtinhas”, promovido pelo Curtas Vila do Conde, entre 26 e 30 de setembro, as peças “Quero um piano”, de Ana Madureira e Vahan Kerovpyan, entre 09 e 11 de outubro, e “Soprar para ver”, da Amarelo Silvestre, em 13 de dezembro, mais a oficina de música para bebes e crianças “Será de Voar”, de Aurora Miranda e Joana Mafalda Araújo, em 15 de novembro.
A programação completa do Theatro Circo para os últimos quatro meses deste ano está disponível no 'site' oficial daquele equipamento, em www.theatrocirco.com.
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