A soprano Elisabete de Matos estreia-se como Giorgetta, num elenco que conta com Kiril Manolov e Marco Berti. A Orquestra Sinfónica Portuguesa é dirigida pelo maestro convidado principal Antonio Pirolli.
"Toda a obra está permeada de simbologia ligada à ideia de fim - do dia, do verão, do amor, do casamento, do envelhecimento, e da vida, com um cadáver que se oculta num capote que era antes objeto do calor familiar", assinala o Teatro de S. Carlos, na folha de apresentação da obra.
Na primeira década do século XX, Puccini concretizou o plano de compor um conjunto de três óperas, num só ato, a serem apresentadas de seguida, no que constituiria "O Tríptico", e que viria a estrear em 1918, na Metropolitan Opera House, em Nova Iorque.
O resultado foi "Il Tabarro", "Suor Angelica" e "Gianni Schicchi", "recorrendo ao figurino de uma identidade comum, o fio condutor a uni-las", que é uma morte, "um crime passional, um suicídio e um ardil em torno do testamento de um defunto, respetivamente".
O elenco de "Il Tabarro" completa-se com Luísa de Freitas, Marco Alves dos Santos, José Corvelo, Bruno Almeida e Susana Vieira.
O papel agora assumido por Elisabete Matos teve, em anos mais recentes, intérpretes de referência como Teresa Stratas, Mirella Freni e Renata Tebaldi.
A ópera regressa ao palco do S. Carlos na próxima quinta-feira e no sábado.
"Il Tabarro", concluída em 1916, estreou-se no Teatro de São Carlos em 1955, integrada em "Il Trittico", o mesmo ano em que o teatro lírico português apresentou pela primeira vez "La Fanciulla del West", segundo a lista de estreias publicadas em "Pensar É Morrer ou O Teatro de São Carlos na Mudança de Sistemas Socio-Económicos desde Fins do Século XVIII", de Mário Vieira de Carvalho.
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