"É um desafio. É relembrarmos os anos dourados do jazz, quando as bandas tinham a oportunidade de estar num clube a tocar durante meses a fio. Neste caso é só uma semana, mas essa intensidade diária e contínua refletir-se-á certamente na música", disse à Lusa o diretor da OJM, Pedro Guedes.
Nove anos depois de se ter estreado ao vivo nos Estados Unidos, no Carnegie Hall, a convite do JVC Jazz Festival, o responsável diz que a cidade continua "certamente um dos locais mais apetecíveis para os músicos de jazz tocarem".
O diretor diz que este regresso mostra uma "forte aposta" na internacionalização.
Este ano, a banda já teve um concerto na Konzerthaus, em Viena (Áustria), e no último trimestre vai a Belgrado, na Sérvia, e a Barcelona, em Espanha, onde será a 'big-band' em residência do Festival Internacional de Jazz.
"Esta residência no Blue Note é um ponto alto num ano que está a ser cheio em concertos no estrangeiro. O crescimento da atividade da orquestra passa por termos uma presença cada vez mais assídua no estrangeiro, apesar das enormes dificuldades", explica Pedro Guedes.
Durante os concertos, serão apresentadas músicas de "Our Secret World", o álbum de 2010 que a OJM gravou com Kurt Rosenwinkel e que conta com arranjos inéditos dos diretores da orquestra, Pedro Guedes e Carlos Azevedo, e do saxofonista Ohad Talmor.
"O que lhe propusemos foi interpretar a música dele com arranjos para orquestra de jazz tentando, desta forma, expandir para o formato de orquestra de jazz a sua música. Desde essa altura temos mantido uma relação musical próxima que tem originado concertos em Portugal e no estrangeiro", lembra Guedes.
O resultado que se ouve no álbum, considera o Blue Note, são gravações "sérias e maravilhosas."
A OJM tem uma longa lista de colaborações, como "Portology", feito com Lee Konitz e Ohad Talmor, já trabalhou com o conhecido saxofonista Chris Cheek e atuou com a brasileira Maria Rita.
A última vez que esteve nos EUA foi em 2011, para uma residência no nova-iorquino Birdland Jazz Club.
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