As três obras portuguesas que se vão estrear no Reino Unido são "Nocturno", de Joly Braga Santos, "Modos de Expressão Ilimitada", de Eurico Carrapatoso, e "Duas Melodias", de Luís de Freitas Branco.
Do programa do concerto, na sala Friends Meeting House Hall, fazem ainda parte peças de dois compositores britânicos - "Serenade", de Edward Elgar, e "Concerto Grosso", de Ralph Vaughan Williams -, e "Oblivion", do argentino Astor Piazzolla.
Esta será a primeira produção da Northern Lusofonia, criada para promover música portuguesa junto do público britânico.
O projeto nasceu no ano passado, mas surge na sequência da "expansão, quase explosão cultural, com impacto na população jovem", verificada em Manchester, nos últimos três a quatro anos, diz o cofundador João Costa.
"Existe muita criatividade, uma grande troca de ideias e muita cultura. É uma cidade que era antes muito industrializada, mas onde há muito por fazer. Por isso, este projeto faz mais sentido no norte, porque Londres já tem muita oferta", afirmou à agência Lusa.
É também, acrescentou, fruto de "uma comunidade portuguesa em crescimento e mais ativa, pelo que há o desejo de unir as pessoas à volta de uma cultura [portuguesa] de qualidade".
Além de João Costa, pianista a frequentar um mestrado, são cofundadores da orquestra Miguel Teixeira, que tem formação em guitarra, mas fez mestrado em composição, em Manchester, e o maestro hispano-húngaro Edmon Levon.
O concerto de sexta-feira será de uma orquestra de cordas de 24 elementos, composta por jovens estudantes (de de violino, viola, violoncelo e contrabaixo) do Royal Northern College of Music, a maioria com um percurso já profissional.
Desta vez, nenhum é português, mas, para o segundo concerto, em junho, está previsto incluir um violinista e um percussionista portugueses, na orquestra.
Para esta primeira apresentação, começaram por escolher Eurico Carrapatoso, por ser um compositor português "moderno e contemporâneo" e ter várias obras para instrumentos de cordas, inéditas no Reino Unido.
As restantes peças selecionadas, todas de compositores que atravessaram o século XX, destinam-se a "tornar o programa coerente, em termos de estilo e qualidade".
Segundo João Costa, com o projeto da Orquestra Northern Lusofonia, os músicos têm por objetivo realizar seis concertos por ano, criar um coro e formar um quarteto de cordas, que possa fazer digressões a regiões menos privilegiadas em termos culturas.
Para o início de junho está previsto um concerto "em que terá lugar uma estreia mundial de uma peça portuguesa e outra estreia no Reino Unido", existindo ainda a ambição de, no futuro, abrir o programa a compositores lusófonos e não só portugueses.
Além de não ter fins lucrativos, a Northern Lusofonia promete doar dez por cento das receitas para causas de solidariedade.
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