O grupo brasileiro Porta dos Fundos bateu novos recordes. O último vídeo partilhado no Youtube somou em menos de cinco dias mais de 4,5 milhões de visualizações, tornando-se o segundo sketch mais visto de sempre dos humoristas na plataforma.
Mas se o número de visualizações é elevado, o número de "não gostos" ("dislikes") também o é. No total, cerca de 495 mil pessoas mostraram-se desiludidas com o conteúdo, tornando-se o vídeo mais detestado de sempre do canal do grupo. No ranking mundial do Youtube, "Delação" (nome do vídeo) é o 25º vídeo com mais "dislikes" de sempre e o segundo no Brasil.
Em "Delação", o grupo de humoristas explica como como funciona uma delação premiada, recurso que pode ser utilizado por um réu caso aceite colaborar na investigação.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, além do elevado número de "não gostos", o grupo Porta dos Fundos perdeu milhares de subscritores. Nas redes sociais também foi criada a hashtag #RIPorta e uma campanha de boicote aos vídeos dos humoristas.
No Facebook, António Tabet, criador e guionista do Porta dos Fundos, partilhou um texto onde explica o ponto de vista do grupo. "Cada um de nós no Porta tem uma posição política e cabe ao outro respeitá-la sem prejuízo da amizade que nos uniu. Isso é civilidade. E nós, como grupo, refletimos essa pluralidade no nosso trabalho quando existe mais de um lado da moeda, o que é saudável num país onde política é futebol, futebol é religião e religião é política", escreveu o humorista.
"Incentivar a censura ou a intolerância nada mais é que um recibo de que você pode ser tão fascista quanto os fascistas que critica. Sejam eles imperialistas americanos ou comunistas cubanos. Sem falar na ignorância de quem coloca a Lei Rounet no bolo sem saber que não cobramos cachê que cobraríamos em outros filmes, mas pagamos com justiça uma equipe com centenas de profissionais trabalhando no país da crise", justificou Tabet.
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