Mesmo na sombra do grandioso Coliseu dos Recreios, o calor estrondoso fez-se sentir fora e dentro do recinto no primeiro concerto dos R5 em em território nacional. Uma vez mais, os portugueses demonstraram que os números não fazem justiça à garra lusitana.

O calor era imenso, os gritos inevitáveis, e as filas iam sendo longas no acesso ao concerto dos R5, embora rapidamente pudéssemos verificar que, apesar de toda a loucura, o recinto não atingiu a sua capacidade total.
E foi assim que começámos, sendo que os portugueses Like Us foram aqueles que abriram o espetáculo e subiram ao palco do Coliseu num dia de fortes emoções para esta nova banda portuguesa, que ali se estreou em palco.

Os rapazes não fracassaram nesta sua primeira tentativa, trazendo muita energia nos escassos minutos em que dominaram o público português com as faixas do seu recente álbum homónimo. O momento alto foi certamente a apresentação do seu single “You Mean The World To Me”, que levou a plateia ao rubro.

Ainda assim, nada nos preparava para a estrondosa receção de Ryland Lynch, o irmão mais novo da família R5. Os decibéis subiram com facilidade quando o DJ colocou os seus pés em palco junto da sua mesa de mistura e saudou a plateia com “Good Feeling” do cantor Flo Rida.

“Olá Portugal! Estão entusiasmados com o R5? Quero todos de pé a saltar comigo!”, demandou o mais novo dos Lynch, que tantas vezes se dirigiu à plateia, elogiando o público português. Sucessos como “Timber”, de Kesha, ou “Pompeii”, dos Bastille, passaram pelas mãos de Ryland, levando a plateia ao rubro e fazendo os mais velhos erguerem-se dos seus bancos para mover o corpo ao ritmo da música contagiante.

"É fantástico estar aqui em Portugal, mas vocês não devem querer nada comigo, só com os R5!”, foi a sua vez de brincar, uma vez mais, antes de se despedir com um “obrigado” ao som de “Can’t Hold Us” de Macklemore & Ryan Lewis.

Por fim, o momento chegou. Os R5 atingiram o palco com a mesma rapidez com que o público, substancialmente feminino, atingiu o auge de toda a sua histeria, bradando aos céus pelos seus ídolos americanos.

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O mais recente single da banda, "(I Can't) Forget About You", foi uma das primeiras faixas que levou o público a um estado tal de euforia que não passou despercebido aos membros dos R5: "Obrigado Portugal! Muito obrigado por estarem aqui hoje. Vocês são fantásticos", congratulou a estrela do Disney Channel, Ross Lynch.

Os americanos pareciam bastante atentos às emoções do seu público, tentando acalmá-lo após momentos mais agitados: "Nesta próxima música, podem cantar comigo?". E a resposta foi imediata, com um coro afinado e calmo em "Pass Me By".

Sempre bastante animados e agitados, Ross, Riker, Rocky, Rydel e Ellington mostraram-se verdadeiramente unidos durante todo o concerto, confraternizando entre si em puros momentos musicais ou apenas momentos carinhosos entre família. Mas o seu público nunca foi deixado de parte, e a banda esforçou-se para aprender o básico da língua portuguesa em pleno concerto. "Obrigado", "olá", "adeus" e "23" foi o quanto bastou para dar a entrada à faixa "Wishing I Was 23".
Mas as idades não se ficaram pelos 23 anos, com a banda a apresentar a sua cover de "Love Me Again" de John Newman, num tom bem mais maduro e certamente com mais power: "Não estava nada à espera disto. Isto é bom, sabe bem! Estão a divertir-se, Portugal? Preciso de toda a gente a saltar. Pais, pessoas atrás e à frente, todos!", voltava a apelar o líder dos R5 dando entrada a "Love Me Like That".

E a música fluía, bem como a interação entre a banda e os seus admiradores. "Estamos a quilómetros de distância de casa, apenas para estar aqui convosco, Portugal", apelou Riker à plateia, certamente sem dar a saber o efeito de jet lag de que todos sofreram com a sua vinda diretamente dos Estados Unidos para Portugal. "Está muito calor aqui, e tem estado uma loucura lá fora! Prontos para um novo nível de hotness?", prosseguiu o baixista e cantor dos R5 ao referir-se ao clima que se fazia e fez sentir durante o dia e dando como resposta a faixa "Cali Girls".

E porque tudo quanto é bom acaba, o fim do concerto dos americanos não foi exceção. Com "Ain't No Way We're Going Home", a banda dava a entender que o fim estava iminente, embora deixasse alguma esperança acesa para um encore antes da sua partida absoluta. E assim foi.

Após os apelos dos seus fãs que imploravam pelo seu regresso, os R5 voltaram a subir ao palco em "Louder", despedindo-se com mais um agradecimento: "Obrigado por terem feito do nosso primeiro concerto aqui em algo especial. Pode ser que numa próxima seja no Rock in Rio Lisboa", proferiram deixando os seus fãs na expectativa.

No fim, com um "obrigado" bastante português, toda a família se juntou para se despedir do público com um aceno de mão. Contudo, o momento pacato de adeus passou a uma pequena loucura em palco com todos os membros da banda a dançar ao som da música que se fazia ouvir, enquanto distribuíam palhetas ou mesmo as suas toalhas pessoais - algo que, certamente, fez delirar os seus fãs.

Em conclusão, podemos dizer que podem ter sido poucos, mas foram certamente bons! E as atuações a que assistimos apenas fizeram justiça à tradição de um público lusitano excecional.

Fotografia: Ana Castro