O que deveria ser um álbum a solo de Giulia Gallina (The Loafing Heroes), produzido por Rui Maia (X-Wife, Mirror People e GNR), acabou por tornar-se no primeiro trabalho de um novo projeto.
“Houve uma altura em que a Giulia estava interessada que eu produzisse um disco a solo dela, com este lado mais do piano. Eu já tinha esta ideia de fazer algo que envolvesse o piano com eletrónica, a eletrónica mais ambiental e cinematográfica, então lancei-lhe o desafio de fazermos um disco a meias que juntasse estes dois mundos, o lado do piano dela e das viagens que vai fazendo, com a minha eletrónica, com um traço mais experimental”, contou Rui Maia em entrevista à Lusa.
A ideia inicial do projeto, a forma como seria executada, “foi pensada”, mas o álbum “acabou por se compor a ele próprio”.
“As ideias foram aparecendo umas atrás das outras, sem grande pressão para [o álbum] ficar completo”, contou Rui Maia.
Tratou-se de um processo “muito fluído e sem grandes interrupções, todo feito à distância, via Net”.
Uma das primeiras coisas que Rui Maia e Giulia Gallina decidiram foi “gravar som ambiente”, com os registos feitos em Lisboa e Aveiro que incluíram nos temas.
“O álbum tem um lado da Natureza, um lado bastante aquático, tem muita água, mas também tem muito 'industrial' e muito ruído, muito ambiente que foi mesmo gravado, como eu a mexer em folhas ou a bater em latas e coisas do género”, descreveu.
O resultado final justifica o título que decidiram dar ao projeto: Storm Factory (Fábrica de Tempestade, numa tradução livre).
Rui Maia considera também que o álbum “representa bem” os dois elementos do projeto. “Tem o lado calmo do piano da Giulia com o meu lado mais das máquinas, dos sintetizadores. Penso que está bem equilibrado, o disco, e que funciona como um todo, as músicas acabam por fluir umas nas outras”, disse.
Para já, ainda não têm espetáculos marcados, mas têm ensaiado juntos.
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