Durante dez dias, o Rota das Letras vai assinalar o 100.º aniversário do nascimento dos autores portugueses Sophia de Mello Breyner Andresen e Jorge de Sena, bem como do macaense Adé dos Santos Ferreira, que escreveu os seus poemas em pátua, crioulo de Macau, de acordo com um comunicado da organização.
Dos países de língua portuguesa são esperados José Luís Tavares (Cabo Verde), Pedro Lamares (Portugal), Hirondina Joshua (Moçambique), Gisela Casimiro (Guiné-Bissau) e Eduardo Pacheco (Angola), entre outros.
Salvador Sobral, vencedor do Festival Eurovisão da Canção em 2017, vai atuar pela primeira vez em Macau, num concerto em 17 de março.
O festival vai ainda contar com a presença dos poetas Jidi Majia, vice-presidente da Associação de Escritores da China, Bei Dao, Yan Ai-Lin, Chris Song, Yam Gon, Chen Dong Dong, Shu Yu, Huang Fan, Lu Weiping, Na Ye, Tan Wuchang e Hsiu He, a maioria proveniente da China Continental, mas também alguns oriundos de Taiwan e Hong Kong.
O programa vai celebrar ainda o 200.º aniversário do nascimento dos poetas norte-americanos Walt Whitman e Herman Melville, e também o 100.º aniversário do 04 de maio, o Movimento da Nova Literatura na China, salientando o contributo de alguns dos seus mais importantes mentores, como Lu Xun, Hu Shi e Zhu Ziqing, entre outros.
De Macau vão participar também Mok Hei Sai, Lou Kit Wa, Wong In In e Gaaya Cheng da associação de poesia O Outro Céu, enquanto o grupo Rolling Puppets vai apresentar, nos últimos três dias do festival, a peça de teatro de marionetas Droga, uma adaptação do romance homónimo de Lu Xun, publicado em 1919.
Sessões de poesia, debates, projeção de filmes, 'performances' e exposições vão decorrer, principalmente no Centro de Arte Contemporânea de Macau, no Porto Interior, na zona oeste da cidade.
O festival literário de Macau-Rota das Letras, fundado pelo jornal local em língua portuguesa Ponto Final, realiza-se desde 2011.
A edição do ano passado, a sétima, ficou marcada pelo cancelamento por parte da organização dos convites a três autores, por temer que fossem barrados à entrada do território.
A organização justificou a decisão por ter sido "informada oficiosamente" de que "não era oportuna" a presença da sino-britânica Jung Chang, autora de "Cisnes Selvagens-Três filhas da China", de coreana-norte-americana Suki Kim, que passou seis meses infiltrada na Coreia do Norte, e do norte-americano James Church, escritor de romances policiais.
Na altura, numa resposta à Lusa sobre esta situação, as autoridades de segurança pública de Macau limitaram-se a comentar: "Desconhecemos essa informação".
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