Embora a lotação estivesse longe de estar esgotada, com a capacidade do pavilhão reduzida pela metade, a casa estava ainda assim composta e os fãs ficavam cada vez mais ansiosos num concerto onde o único detalhe negativo terá sido, provavelmente, o atraso do espetáculo.
Contudo, e após a primeira parte ter sido assegurada por Ella Eyre, como de costume nesta digressão, a banda irlandesa surgiu em palco deixando o público em pleno êxtase ao abrir o concerto com um dos seus grandes êxitos, “Superheroes”, canção durante a qual ninguém conseguiu ficar indiferente à energia da música e da banda em palco.
Logo de seguida a energia permanecia a mesma com “Rock The World”, tema a que seguiu a patriótica “Paint the Town Green”, onde a bandeira da Irlanda era elevada com orgulho e Danny O'Donoghue, o vocalista da banda, se juntava ao público pela primeira de muitas vezes.
“Nós vamos a tanto lado, mas este é aquele sítio onde eu estou sempre doido por voltar. Eu não sei porquê, mas vocês têm aquele toque de loucura que eu adoro! Têm vozes lindas e eu queria recriar um momento igualmente lindo como da última vez”, foram as palavras do vocalista antes de nos brindar com “The Man Who Can't Be Moved”, altura em que o público português não desiludiu, recriando um belo momento de coro melódico e aprumado, deixando a banda rendida à sua prestação, onde apenas se ouvia repetir o quão surreal era aquele momento.
Pela primeira vez ao piano nesta noite, Danny dava a entrada para “Wonders”, seguida da música “Arms Open”, durante a qual Mark Sheehan, guitarrista da banda, confessou que tinham deixado os melhores concertos para o fim no momento de selecionar o local onde encerrariam a sua digressão.
Após “Nothing”, um dos momentos altos da noite surgiu com a canção “No Man is an Island” e toda a ideia de simulação de mares e marés, onde após muitos saltos e saltinhos, o vocalista se lança ao público dentro de um barco insuflável, navegando pela multidão sob o mesmo até decidir desertar e voltar ao palco pelo seu próprio pé enquanto caminhava pelo meio da plateia que, surpreendentemente, nada fez de modo a impossibilitar a sua passagem.
“If You Could See Me Now” foi a faixa que antecedeu mais uma das surpresas da banda irlandesa, que abandonou o palco e surgiu nos balcões, no meio da plateia, para a interpretação de uma mão quase cheia de músicas, começando com “For the First Time”, passando por “Crazy World”, acrescentando a chegada do teclado nas escadas de acesso ao balcão com “Never Seen Anything "Quite Like You”, e terminando com “The Energy Never Dies”.
Já de volta ao palco, a banda presenteou-nos com um dos seus êxitos mais recentes, “Rain”, num dia realmente chuvoso na capital portuguesa, com os fãs a fazer homenagem com um punhado de chapéus de chuva abertos em plena plateia.
Após este momento caricato, a banda abandonou o palco regressando pouco depois para o seu encore perante os apelos do público português que gritava e batia palmas como se a sua vida dependesse disso.
“No Good in Goodbye” foi a primeira música deste encore, sendo seguida pela faixa “Breakeven”, e deixando mais um grande sucesso dos irlandeses para o fim, mas não sem um último discurso motivacional. “Muito obrigado. Nós ainda estávamos no início e eu já sabia que isto iria ser um grande espetáculo. Agora usem todas as vossas redes sociais, façam os vossos diretos, façam tudo de modo a espalhar a mensagem, porque a música é o verdadeiro caminho (…). Há milhares de pessoas que sentem o mesmo que vocês! Agora, querem criar um momento aqui? Agora?”, foram as palavras do vocalista antes de nos brindar com “Hall of Fame” que, além de ser um dos seus grandes sucessos, é uma das suas músicas com uma mensagem mais motivacional.
A banda, que passou a noite a distribuir sorrisos e a partilhar selfies com os seus fãs, despediu-se então do público português, bem como da sua digressão que chegou agora ao fim, com toda a emoção patente nos seus olhos já espelhados.
Os agradecimentos foram muitos, e ninguém foi esquecido na lista, desde toda a produção, ao público. “Nós somos tão bons quanto vocês são” foi a mensagem mais repetida durante esta noite, refletindo a humildade da banda irlandesa que sugeria apenas ser boa devido à devoção dos seus fãs.
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