O músico e compositor Tó Zé Brito foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem do Mérito, pelo Presidente da República, numa cerimónia no Palácio de Belém, em Lisboa, na terça-feira, anunciou a Presidência da República Portuguesa.
A Ordem do Mérito “destina-se a galardoar atos ou serviços meritórios praticados no exercício de quaisquer funções, públicas ou privadas, que revelem abnegação em favor da coletividade”, lê-se no ‘site’ oficial da Presidência.
António José Correia de Brito, conhecido como Tozé Brito, conta com mais de 50 anos de carreira dedicada à música, nos palcos e fora deles.
Tozé Brito iniciou-se musicalmente aos 15 anos, quando fundou a banda Os Duques. Mais tarde também fez parte dos Green Windows, Pop Five, Quarteto 1111 e os Gemini, a primeira banda portuguesa a receber oficialmente um disco de platina, pelas vendas do álbum “Pensando Em Ti” (1977).
Ao longo da carreira escreveu mais de 500 canções, das quais cerca de uma centena são temas infantis ou criados para teatro, cinema e televisão.
Como autor, esteve ligado ao trio feminino Cocktail e ao quarteto Doce, para o qual escreveu canções como “Ok, KO”, “Café com Sal” ou “Bem Bom”, sendo também responsável por temas gravados por artistas como Victor Espadinha, Simone de Oliveira, Herman José, Paulo de Carvalho, Linda de Suza, Carlos do Carmo, Adelaide Ferreira, Luísa Rocha e Ana Moura.
Tozé Brito começou a carreira a solo em 1972 com o EP “Liberdade”, tendo no mesmo ano concorrido ao Festival da Canção com “Se quiseres ouvir cantar”.
O percurso de Tozé Brito, atualmente vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), passou igualmente pela área executiva, como gestor de empresas discográficas, entre as quais a BMG Portugal, a antiga Polygram e a Universal Music, onde foi diretor de Artistas e Repertório (A&E), e administrador.
Na mesma cerimónia em que condecorou Tozé Brito, o Presidente da República atribuiu o grau de Oficial da Ordem de Mérito, a título póstumo, ao produtor cultural e estudioso de fado José Manuel Osório. As insígnias foram entregues ao filho de José Manuel Osório, Luís Osório.
José Manuel Osório morreu aos 64 anos, em 2011. Nesse ano, tinha sido distinguido com o Prémio Amália Rodrigues Ensaio/Divulgação.
Sempre ligado à organização da Festa do Avante!, José Manuel Osório era também fadista, tendo gravado o primeiro álbum em 1968, com poemas de Ary dos Santos, Lima Couto, Manuel Alegre, Mário de Sá-Carneiro, António Botto, João Fezas Vital, Luiza Neto Jorge, António Aleixo e Maria Helena Reis. No ano seguinte, gravou um segundo álbum, que foi distinguido com o Prémio da Imprensa para o Melhor Disco do Ano.
Em 1970, a Casa da Imprensa atribuiu-lhe o Prémio de Melhor Fadista, mas foi impedido de cantar no palco do Coliseu pela polícia política da ditadura, a PIDE-DGS.
Iniciou pesquisas sobre fado em 1973, tendo escolhido como matéria de investigação o fado operário e anarco-sindicalista, com o intuito de o cantar.
Após a revolução de 1974, participou na fundação do grupo de teatro A Barraca, compôs música para peças de teatro e gravou três álbuns de fado tradicional.
José Manuel Osório foi também produtor de espetáculos e agente de artistas, atividade que manteve até 1990.
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