“Vida e morte nas cidades geminadas” é o regresso de Sérgio Godinho ao romance, depois de se ter aventurado pela primeira vez neste género literário em 2017, aos 71 anos, com “Coração mais que perfeito”, a que se seguiu, em 2019, o ‘thriller’ “Estocolmo”, todos editados pela Quetzal.
Neste novo romance, o escritor transporta o leitor até Guimarães e ao norte de França, em Compiègne, ao encontro da portuguesa Amália, que canta fados em ré e tem o apelido Rodrigues, e do francês Cédric, que trabalha na morgue local.
Tudo começa com um diálogo insólito, e já um pouco alcoolizado, do qual resulta a geminação daquelas duas cidades, uma em França e outra em Portugal, descreve a editora.
Esta geminação traz para a história outras personagens, que vivem em redor de Amália e Cédric, e que completam a ligação entre aqueles dois mundos que, antigamente, conheciam os trânsitos da emigração e da pobreza.
É naquelas cidades que se desenrola esta “história de desencontros e coincidências que, apesar de decorrer na atualidade, atravessa várias gerações – e várias línguas”, acrescenta.
Entre as duas personagens nasce um amor “cheio de coincidências e dificuldades”, a começar pela data de nascimento, já que nasceram no mesmo dia e no mesmo ano, mas em países diferentes.
Partilham as mesmas perplexidades, a mesma busca por uma identidade e a mesma sede de amor, entrando em conflito com o passado e com o presente.
“O confronto é por vezes burlesco, por vezes enternecedor, mas também trágico, sombrio e multicolorido. São o humor e a graça que determinam como é a vida – e como se pode escapar à lei da morte”, detalha a Quetzal, em comunicado.
Apesar de ser conhecido sobretudo pelos discos, que edita desde a década de 1970, Sérgio Godinho tem canalizado a escrita criativa para outros géneros, como teatro, argumento para cinema, ficção para crianças, poesia e contos.
Antes dos romances, o autor já se tinha estreado na ficção com um conjunto de contos intitulado “VidaDupla” (2014), tendo também publicados já dois livros de poesia “O sangue por um fio” (2009) e “Palavras são imagens são palavras” (2021).
Sérgio Godinho nasceu no Porto, onde viveu até aos 20 anos, altura em que saiu de Portugal.
Estudou Psicologia em Genebra durante dois anos, foi ator de teatro e começou a exercitar a escrita de canções nos finais dos anos 1960, sendo de 1971 o seu primeiro álbum, “Os Sobreviventes”, a que se seguiram mais 30 editados até aos dias de hoje.
Da escrita de música passou para a escrita de outros géneros, como guiões de cinema (“Kilas, o Mau da Fita”), peças de teatro (“Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles!”), séries de televisão, histórias infantojuvenis (“O Pequeno Livro dos Medos”), crónicas (“Caríssimas Quarenta Canções”), entre outras.
Comentários