O que andam três a fazer no “3 Por Uma”?
Andamos a aprontar muito e a divertirmo-nos muito. Posso dizer que, por enquanto, este é o projeto da minha vida. Estou muito envolvida porque, desde a autoria ao nome do programa, tudo passou por mim e, então, dá-me uma “pica” diferente, como vocês dizem.
Que personalidades têm levado ao programa?
Temos tido convidados de peso. Já entrevistámos desde o José Rodrigues dos Santosa, o Mário Zambujal, passando pelo maestro Rui Massena e pelo ator Joaquim de Almeida. Já conversámos, também, com outras personalidades importantes, por enquanto só masculinas, pessoas que têm histórias para contar, autores de projetos consagrados que são conhecidos também fora de Portugal.
Essas entrevistas obrigam a deslocações ao estrangeiro?
Não. O programa, por enquanto, é todo gravado em estúdio e fazemos umas rubricas na rua em que apanhamos algumas curiosidades. O resto passa-se no estúdio, pelo menos por enquanto. Quem sabe se no futuro não haverá oportunidade para viajar? Não seria uma má ideia! (risos).
Quando concebeu este projeto, o que pretendia trazer de novo para o panorama do audiovisual?
Pretendia mostrar um lado diferente da lusofonia. A língua portuguesa é a quarta mais falada no mundo e as pessoas não têm noção disso, ou, às vezes, não dão valor. Eu falo brasileiro, com um sotaque com mais açúcar, outros um bocadinho mais gingado, outros mais cantado, mas todos falamos português. Aliás, o primeiro comentário do José Rodrigues dos Santos na entrevista foi mesmo: “Estamos aqui e podemos ver a lusofonia quase toda”. Ele como moçambicano, a Patrícia Bull, da Guiné, eu, do Brasil, e a Joana Teles, de Portugal. Era essa miscigenação que queria mostrar com o “3 Por Uma”.
Como tem sido recebido o programa no Brasil? Os seus familiares veem-na?
Sou suspeita mas a minha família tem adorado, os meus amigos também têm assistido, embora me digam que, muitas vezes, não entendem muito bem o que dizem os convidados que falam mais rápido (risos). Mas é bom, porque quando eles vierem cá já vão entender melhor os portugueses.
Tem sido, então, um feedback positivo...
Muito bom. Também temos recebido comentários pelas redes sociais de pessoas que acompanham o programa via RTP Play Online, quando não podem ver no próprio dia (sexta-feira, 21h00 em Portugal). Muitas pessoas afirmam, inclusive, que é um programa digno para estar na RTP 1...
É objetivo do “3 Por Uma” passar para a RTP 1?
Não. O facto de estar num canal internacional é muito importante, porque estamos a falar para o mundo todo. Era interessante que passasse na RTP 1 para os portugueses poderem ver, porque infelizmente a RTP Internacional não passa em Portugal, embora dê para ver online. Mas a minha ideia quando fiz o programa foi para ser internacional.
E como se juntou este grupo de apresentadoras? Já se conheciam?
Já. Juntámo-nos por sugestão minha. Conheci a Patrícia Bull quando gravei a série “Maternidade” e a Joana Teles já a conhecia desde o primeiro “Só Visto”. É importante que tenhamos afinidade porque é um programa que vive das nossas conversas. Por isso, quando apresentei este programa à RTP, a única coisa que pedi foi que pudesse sugerir colegas de trabalho com quem me desse bem, e com quem me identificasse. Eles aceitaram a minha sugestão e estamos juntas.
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