"Caníbal, Indignación Total" é o título da série documental baseada no caso de Andrés, um homem de 72 anos capturado há um ano em Atizapan, um subúrbio da capital, que se declarou culpado de assassinar mulheres e enterrá-las no seu jardim. As vítimas seriam pelo menos 19.
“Este caso serve para entender o fenómeno dos feminicídios no México. (...). Vamos conseguir tocar consciências e dar visibilidade às raparigas e mulheres do México que estão a ser mortas e a desaparecer”, disse em conferência de imprensa Arturo Zaldívar, presidente do tribunal.
Um teaser da série, que tem cinco capítulos, mostra os agentes policiais responsáveis pela captura, vizinhos e especialistas a falar sobre o caso, que ganhou amplo espaço na comunicação social.
O magistrado lamentou que a sociedade mexicana pareça estar “acostumada” à violência, de forma que “as raparigas que desaparecem são parte da paisagem”.
“Damo-nos conta do nível de ineficiência, frivolidade e desprezo com que são tratadas as famílias e investigados os casos”, afirmou Zaldívar.
Em paralelo à violência ligada ao crime organizado que aflige o México há 16 anos, surgiu uma onda de agressões e assassinatos de mulheres.
Em 2021, segundo dados oficiais, houve 3.751 assassinatos de mulheres (1.004 deles classificados como feminicídios), e a maioria continua impune.
A série, observou Zaldívar, foi feita “com enorme seriedade e cuidado, não pretende gerar morbidez, mas sim reflexão, e não se foca tanto em procurar culpados, mas em apontar soluções”.
"Caníbal, indignación Total" estreia-se em 27 de junho na Televisa, o maior canal em espanhol do mundo, que cedeu tempo de antena ao Supremo Tribunal mexicano.
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