No evento de apresentação da grelha de programas de humor da RTP1, que decorreu esta quarta-feira, dia 9 de outubro, em Lisboa, Herman José confessou ao SAPO Mag que está feliz com o seu "presente". "O meu sonho, quando me perguntam o que quero para o futuro, eu gostava era de manter-me presente. Manter-me lúcido, com muitos espetáculos, fisicamente apto, com uma mãe ótima - que vai fazer 92 anos", sublinhou.
"Vou ter muitas saudades deste presente. Não quero mais nada da vida, quero aguentar o presente o mais tempo que puder aguentar, porque sou muito feliz a fazer aquilo que faço", confessou o humorista.
Na RTP1, todas as semanas, Herman José vai continuar a conversar com convidados no seu "Cá Por Casa". "Estou rodeado de maravilhosos atores cheios de talento, recebendo gente nova da música que eu adoro, fazendo humor e, portanto, fazendo o programa que eu quero, no canal que eu quero. Não me posso mesmo queixar", frisou.
No canal, Herman José vai ainda estrear em breve o seu novo espetáculo de humor, que apresentou recentemente em Lisboa e que vai subir ao palco do Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota, no Porto, no dia 19 de outubro. "Estou muito contente porque o espetáculo foi filmado e vai aparecer também na RTP. E foram espetáculos memoráveis, com mais de quatro mil pessoas, esgotados com muitos meses de antecedência, com uma orquestra gigantesca, com um layout maravilhoso. Portanto, para mim foi um acontecimento", frisou, adiantando que o espetáculo também ficará disponível na RTP Palco.
O humor, nos mais diversos formatos, vai continuar a ser uma das grandes apostas da RTP. Para Herman José, o canal é a 'casa' certa para estes conteúdos. "Se reparares nas últimas experiências, tirando a novela da TVI ['Festa é Festa'], que era meio humorística, todas as experiências com humor, têm dificuldade em lutar contra as novelas, contra os reality shows", lembrou.
"Tem de ser um canal como a RTP, que não está dependente das audiências para aprovar os programas. Cabe a um canal público fazer o bom humor. Em Inglaterra, todos os grandes programas de humor históricos foram feitos com a BBC", recordou o humorista.
"Quando [este caminho] acabar, vai ser um erro gigantesco, porque a lógica comercial é muito cruel. Como têm que pagar ordenados e contas de eletricidade e leasing, o que conta, depois, são as audiências e nunca os conteúdos, que é bocado preocupante", defendeu Herman José.
"Quanto mais da minha geração morrerem, mais espaço fica para mim"
No evento da RTP1, o humorista subiu a palco e recordou a revista onde se estreou, "Uma no Cravo outra na Ditadura". "Estou muito contente por estar aqui, sobretudo por estar vivo, porque na minha idade já é extraordinário. A maior parte dos meus contemporâneos já foram praticamente todos nas horas do c******. Mas também não fazem falta, não há espaço para todos. Quanto mais da minha geração morrerem, mais espaço fica para mim", brincou Herman José.
Muito obrigado, José Fragoso, por me deixares ocupar esse espaço. Hoje pensei: 'o que vou dizer de interessante, que já não tenha dito'? E lembrei-me da revista onde eu me estreei", acrescentou.
Veja o vídeo:
"Ando muito inquieto como espectador"
Em conversa com o SAPO Mag no evento da RTP1, o humorista confessou ainda que não tem acompanhado séries de televisão e que se sente muito "inquieto" como espectador. "Não tenho muito tempo para séries. Sou grande fã do YouTube e através do YouTube acompanho tudo e mais alguma coisa. Muita informação, muitos debates, muita política internacional, algumas grandes entrevistas. Não tenho grande tempo para séries, com muita pena minha", explicou.
"Cada vez estou menos tolerante para perder duas ou duas horas e meia a ver um objeto. Às vezes, vejo 15 minutos e desisto. Ando muito inquieto como espectador", rematou.
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