"O segmento de televisão viu os seus rendimentos operacionais totais decrescerem 14%, situação maioritariamente justificada pelos efeitos adversos da pandemia, sobretudo durante o primeiro semestre", refere a Media Capital, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
"É de relembrar ainda que, em 2019, a TVI foi líder de audiências no total do dia até fevereiro, mantendo a liderança em horário nobre até junho desse ano, sem que em 2020 tenha alcançado a liderança em nenhum dos segmentos, não obstante, no segundo semestre verificou-se uma melhoria homóloga de 10%, decorrente do desempenho da rubrica de publicidade", adianta o grupo liderado por Mário Ferreira.
Os rendimentos de publicidade do segmento televisão (TVI, TVI24, TVI Ficção e TVI Reality) recuaram 10% em relação ao ano anterior, para 78,9 milhões de euros, "embora no segundo semestre tenha recuperado de forma muito relevante (20%)".
A Media Capital salienta que esta evolução "reflete a recuperação do investimento publicitário total em televisão, bem como o aumento da quota de audiências da TVI".
Já os outros rendimentos, que englobam proveitos de cedência de sinal, vendas de conteúdos e serviços multimédia, recuaram 21% para 34,7 milhões de euros, com a Media Capital a justificar com a "quebra dos rendimentos relativos a serviços multimédia, assim como de direitos de sinal, da venda de conteúdos e de outros rendimentos de natureza mais residual".
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) dos canais TVI recuou 93% para 3,4 milhões de euros negativos.
Relativamente à Plural, o grupo salienta que "continua a ser um dos principais 'players' do setor de produção audiovisual, com uma presença muito relevante também ao nível dos meios de produção e dos cenários".
Os rendimentos operacionais do segmento de produção audiovisual somaram 28 milhões de euros no ano passado, o que representa uma queda de 15%.
"Importa destacar que a atividade de produção audiovisual, em resultado da pandemia, foi obrigada a efetuar uma paragem total de gravações durante dois meses e meio no decorrer do ano de 2020, o que afetou severamente o comparativo entre anos", explica a Media Capital, que aponta que "os gastos operacionais ajustados de amortizações, depreciações, gastos com provisões e restruturações e imparidades de 'goodwill' ficaram abaixo dos verificados em 2019 em 14%, não só no seguimento da diminuição ocorrida na atividade, mas também em resultado de um esforço de redução de custos operacionais nas ficções realizadas, sem que se tenha prejudicado a qualidade do conteúdo".
O EBITDA do segmento de produção audiovisual ascendeu a 2,7 milhões de euros negativos no ano passado, uma melhoria face a perdas de cerca de quatro milhões em 2019.
Os rendimentos operacionais do segmento rádio & entretenimento caíram 33% para 16,2 milhões de euros, com o EBITDA a diminuir 51% para 5,6 milhões de euros.
"Em linha com a evolução do mercado publicitário no segmento de rádios, os rendimentos de publicidade recuaram 28% [para 15 milhões de euros] face a 2019, embora seja de destacar que essa queda foi menos expressiva no segundo semestre (-17%)", refere o grupo.
Os outros rendimentos operacionais baixaram 64%, para 1,3 milhões de euros, "o que reflete a menor atividade de eventos e de produção de 'spots' e, adicionalmente, o efeito extraordinário da alienação de ativos tangíveis" que teve um impacto de cerca de um milhão de euros em 2019.
A Media Capital reduziu os prejuízos para 11,1 milhões de euros no ano passado, "uma notória melhoria" face às perdas de 54,7 milhões de euros de 2019.
No comunicado de divulgação dos resultados, o grupo salienta que a informação financeira divulgada "não pode, contudo, ser considerada informação definitiva e final porquanto não foi a mesma aprovada pelos competentes órgãos sociais da sociedade, nem se encontram concluídos os trabalhos de auditoria pelos auditores".
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