O concerto da banda de punk portuense está integrado no ciclo “Rock and Roll Circus”, uma “programação periódica” do Cave 45, explicou à Lusa Óscar Pinho, um dos sócios do espaço portuense que vai fechar depois da passagem de ano e também baixista dos Cães Vadios, cujo último concerto aconteceu em outubro de 1995, nas Noites Ritual.
“Este concerto partiu do desafio de um amigo, que foi aceite. Mas é uma coisa efémera, não temos pretensões de voltar. Vai ser um concerto bastante curto, onde vamos tocar quatro temas”, apontou o baixista do grupo.
No Cave 45, numa noite que contará ainda com Thee Magnets, o grupo vai atuar com Óscar Pinho, no baixo, Guilherme Lucas, guitarrista e único elemento que esteve na banda desde o princípio, Carlos Moura, que também integra os Thee Magnets, na bateria, e David Pontes, na voz.
Os Cães Vadios fizeram “meia dúzia de ensaios”, para que pudessem estar em palco “com alguma qualidade, para não estragar a imagem da banda”, e até “tocar melhor, com mais experiência”.
“Já não tocávamos juntos há 22 anos. A maioria não deixou de tocar, só o David é que deixou de fazer música. Pegámos no reportório desta formação, até porque a banda teve demasiadas fases, e tentámos fazer um ‘setlist’ minimamente homogéneo”, acrescentou Óscar Pinho.
Apesar de estarem a contar com pedidos para mais concertos, Óscar explica que “as pessoas mudam e têm a sua vida”, razão pela qual o grupo não pode “voltar a ser uma banda com atividade normal”.
De fora do reportório para quinta-feira ficaram canções que “não dizem nada à banda”, até porque “as pessoas estão diferentes”, com a escolha de quatro temas, um deles “bastante longo”, numa atuação prevista de cerca de 20 minutos.
De fora dos planos, além de mais concertos, está a criação de novo material ou a gravação de música em estúdio.
“Não temos pretensões de gravar nada nem de fazer outros concertos, o que não quer dizer que não possa acontecer. Não está nos planos”, comentou.
Formado em 1985, no Porto, o grupo editou apenas um ‘single’ em nome próprio, em 1987, com as faixas “Cães Vadios”, “Bêbado” e “Marcianos”, pela editora Ama Romanta, além de ter contribuído para várias coletâneas até 1995, altura em que dá o último concerto.
Ao longo dos anos, a banda foi tendo várias mudanças nos elementos, criando pelo caminho temas como “Bem Fundo”, “Mental City” ou “Sou Único”.
Em palco, os Cães Vadios fizeram a primeira parte de três concertos dos suíços Young Gods, em 1992, em Lisboa, Porto e Coimbra, além de abrirem por diversas vezes para os portugueses Mão Morta, entre várias outras atuações durante os dez anos de atividade.
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