O projeto de longa-metragem de animação "O meu avô dizia que via demónios", do realizador Nuno Beato, vai receber um milhão de euros de apoio financeiro do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).
Nuno Beato contou à agência Lusa que o projeto foi o escolhido, no âmbito do apoio financeiro à produção de longas-metragens de animação, no valor global de um milhão de euros, embora não tenha sido oficialmente anunciado pelo ICA, por decorrerem ainda formalidades do concurso.
"O meu avô dizia que via demónios" tem produção da Sardinha em Lata, cerca de 1,8 milhões de euros de orçamento e argumento do escritor Possidónio Cachapa, a partir de uma história original do realizador.
A animação será feita com técnicas 2D e 'stop-motion', para contar a história de uma mulher, Rosa, que regressa à aldeia onde viveu com o avô - com quem já não falava há muito tempo -, e descobre que ele já tinha morrido.
"Ela tinha uma relação próxima com o avô, mas foi perdendo o contacto por negligência. E quando percebe que ele morreu, repensa a vida que tinha", explica Nuno Beato, esclarecendo que este é um filme para vários públicos, a partir dos 12 anos.
Visualmente, o filme fará a transição entre imagem em 2D, desenhada, e animação com volumes em ‘stop-motion’ e em tons de barro, remetendo para a ideia de terra e campo.
O projeto já tinha recebido apoio do ICA no concurso de apoio ao desenvolvimento e foi selecionado para o Cartoon Movie 2018, que decorrerá em março em Bordéus, França, onde se reúnem potenciais financiadores, produtores e realizadores.
Nuno Beato conta arrancar com a rodagem ainda este ano.
Nascido em 1977, Nuno Beato criou nos anos 1990 a produtora Lampadacesa e, na década seguinte, integrou a criação da Sardinha em Lata.
É autor da série de animação televisiva "Ema & Gui" e de várias curtas, como "Mi vida en tus manos" e "Híssis".
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