A lista de obras em visionamento resulta de uma seleção entre as 840 inicialmente propostas a concurso, mas, como realça Isabel Cruz, da comissão executiva do certame, o Cinanima envolve «um extenso programa com muitos outros motivos de interesse» para além da competição.
«O programa está dividido em sessões competitivas, sessões especiais, denominadas «Sereias», e ainda sessões para as escolas», explica a responsável. «Paralelamente aos filmes, há oficinas e conferências por nomes importantes do mundo da animação, como Paul Bush e Jochen Kuhn, que, além de serem membros do júri, têm também sessões especiais dedicadas à sua obra», refere.
Nigel Randsley, também da comissão executiva do Cinanima 2013, anuncia ainda para esta semana «debates abertos com a presença dos realizadores que têm obras a concurso no festival» e exposições sobre diferentes temáticas, como a «dedicada aos filmes do Prémio António Gaio e a de novas obras de animação portuguesas, ainda em preparação».
«Tudo isto compõe o quadro de um festival que é uma referência mundial no mundo da animação», garante Nigel Randsley.
Menos positivo na edição deste ano é o facto de não haver obras a concurso na categoria reservada a filmes entre os 24 e 50 minutos de duração, ao que se acrescenta também a ausência de filmes portugueses na competição internacional. «Vimos filmes muito bons, mas também alguns filmes muito maus», revelou, em comunicado, o realizador português Pedro Brito, que integra o júri do Cinanima 2013.
«Os filmes portugueses que se inscreveram refletem a mais recente falta de investimento no cinema de animação nacional», acrescenta, no mesmo texto, outro elemento da organização do festival, não identificado. Para Álvaro Silveira, igualmente do júri de seleção, a oferta disponível no certame traça, contudo, um retrato real do estado da produção mundial, que continuará a ser diversificado no tipo de registo. «Ao escolhermos este leque de filmes pretendemos dar ao público a possibilidade de ter acesso a uma larga variedade de estilos, histórias e técnicas», garante esse responsável.
A presença mais forte na competição do Cinanima 2013 cabe este ano à cinematografia francesa, representada no festival por 15 filmes. Apesar de ausente da competição internacional, a produção portuguesa concorre entre si com 14 obras, selecionadas entre 43 inscritas.
Do Brasil chega o filme escolhido para a abertura do certame, hoje às 21:30. A escolha recaiu sobre a longa-metragem «Uma História de Amor e Fúria» (na imagem), realizada por Luiz Bolognesi, que narra em 98 minutos as aventuras de um herói imortal que assume várias personagens ao longo de 600 anos de história do Brasil, intervindo em períodos decisivos como a colonização, a escravatura e a ditadura militar, sem nunca esquecer a sua paixão paralela por Janaína.
Destinado ao público adulto e já premiado no festival de Annecy deste ano, o filme tem nos seus protagonistas a voz de Selton Mello e Camila Pitanga, enquanto o timbre de Rodrigo Santoro dá vida ao chefe indígena e guerrilheiro do enredo.
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