Na sala do Cinema Ideal (Lisboa) serão apresentados alguns dos filmes destacados da última edição do Doclisboa, que vão estar em exibição comercial durante uma semana, com algumas sessões a contarem com a presença de realizadores ou convidados.
O programa abre no dia 25 de janeiro com “Faithful”, realizado por Sandrine Bonnaire, e com “Why is Difficult to make Films in Kurdistan”, da realizadora curda Ebrû Avči, curta-metragem vencedora do Prémio Especial do Júri da Competição Internacional do DocLisboa 2017.
“Faithfull” resulta de um longo trabalho de Bonnaire com a artista Marianne Faithfull, ao passo que em “Why is Difficult to make Films in Kurdistan”, a jovem realizadora confronta-se com a sua tradição e a sua família, declarando a decisão de fazer cinema, e ao mesmo tempo tentando, através da câmara, afirmar os seus laços afetivos e identitários com o seu lugar de origem.
No dia 22 de fevereiro, chega a primeira estreia portuguesa, “Todas as Cartas de Rimbaud”, do realizador Edmundo Cordeiro, que tem no centro Maria Filomena Molder e as cartas de Arthur Rimbaud, que copiou à mão para um caderno.
A 22 de março estreia-se “No Intenso Agora”, filme brasileiro realizado por João Moreira Salles, e, a 19 de abril, outro filme de Portugal, “O Canto do Ossobó”, de Silas Tiny, em que o realizador santomense regressa àquelas que foram as maiores roças de produção de cacau em São Tomé e Príncipe, durante o período colonial português, hoje degradadas, em busca de vestígios desse passado.
“Martírio”, filme brasileiro de Vincent Carelli, premiado na edição de 2017 do DocLisboa, estreia-se a 24 de maio, e conta a saga dos índios Guarani-Kayowaa para retomar o seu território, mostrando as origens da disputa pelas terras entre os índios e o agronegócio no Mato Grosso do Sul.
A fechar o programa 6.Doc, o Cinema Ideal exibe, no dia 21 de junho, “Spell Reel”, de Filipa César, uma coprodução entre Portugal, Alemanha, França e Guiné-Bissau.
O filme, que recebeu uma menção honrosa do júri da competição internacional, tem como matéria um arquivo de material audiovisual em Bissau, cujas imagens, à beira da ruína completa, testemunham o nascimento do cinema guineense enquanto parte da visão descolonizadora de Amílcar Cabral, o líder da libertação assassinado em 1973.
As sessões terão apresentação posterior no Porto (no Cinema Passos Manuel), enquadrados no programa “Há Filmes na Baixa!”, em colaboração com o festival Porto/Post/Doc.
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