Entre os destaques estão os novos filmes de Arnaud Desplechin (“Irmão e Irmã”, com Marion Cotillard), que marcará presença no certame, e de Louis Garrel (“O Inocente”, obra que encerra o evento).

Os 30 filmes, entre curtas e longas-metragens, documentários e ficção que compõem a obra de Louis Malle são um dos pontos altos do festival. A mostra de um dos mais emblemáticos, controversos e provocadores realizadores do cinema francês decorre durante todo o mês de novembro na Cinemateca.

Já a restante programação inclui parcerias com as distribuidoras nacionais para a seção de antestreias, complementada por oito filmes inéditos. “É importante trazer filmes ainda não vistos a Portugal”, diz Kátia Adler, diretora artística da Festa. “Assim, criamos a possibilidade para que estes trabalhos possam ser vendidos cá, para além de oferecermos ao público português a oportunidade de assistir obras nunca exibidas por cá”.

Adler ressalta também a grande oportunidade de rever filmes que tiveram rápidas passagens pelas salas nacionais – abrangidas na rubrica Segunda Chance. Conforme explica, foi uma programação desenvolvida para colmatar os efeitos da pandemia e do confinamento, mas que resultou tão bem que acabou por ser mantida.

L'Evenement
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Nesse sentido, sublinhe-se a oportunidade de (re)ver “O Acontecimento”, filme duríssimo da cineasta Audrey Diwan sobre o aborto que é exibido num excelente “timing” – já que é baseado na obra da escritora Annie Ernaux, recém galardoada com o Nobel da Literatura. O projeto foi o grande vencedor do Festival de Veneza do ano passado.

Também importantes são os eventos em torno do filme “Simone – A Viagem do Século”, de Olivier Dahan – “biopic” que se debruça sobre Simone Veil – aliás, famosa, justamente, por ter descriminalizado a interrupção voluntária da gravidez. Veil também foi a primeira mulher presidente do Parlamento Europeu – para além de uma grande combatente antinazi. O Cinema São Jorge acolherá uma exposição de fotografias íntimas decorrerá.