
Os principais estúdios de Hollywood e vários sindicatos da indústria escreveram uma carta ao presidente Donald Trump solicitando incentivos fiscais, uma medida que manteria a produção de filmes e séries de TV nos EUA.
A carta foi enviada depois de Trump anunciar este mês um plano para taxar em 100% os filmes produzidos fora dos EUA, a fim de incentivar a produção nacional.
"Trazer de volta mais produção para os EUA vai exigir uma abordagem nacional e soluções políticas integrais", diz a carta, assinada pela Motion Picture Association - que representa os cinco maiores estúdios de Hollywood -, pelos principais sindicatos da indústria e pelos atores Jon Voight e Sylvester Stallone, vistos como aliados de Trump no setor.
Os signatários propõem que o Congresso trabalhe num pacote de benefícios fiscais que reduzam os custos de rodagem nos EUA e sejam sustentáveis a longo prazo.
"Mais de 80 países oferecem incentivos fiscais para a produção e, consequentemente, várias produções que poderiam ter sido rodadas nos EUA foram-no noutros lugares", nota a carta.
Menos de um em cada cinco filmes ou séries de TV exibidos nos EUA foi produzido na Califórnia, segundo aFilmLA, organização que estuda a indústria.
O texto não cita o projeto tarifário lançado neste mês pelo presidente americano na sua rede Truth Social. A publicação de Trump atingiu um ponto sensível de uma indústria que sofre o impacto económico de uma produção interna dizimada.
Hollywood tenta reerguer-se após cinco anos difíceis, marcados pela pandemia, as mudanças no consumo de séries e filmes introduzidas pelo streaming e as greves de atores e argumentistas, que paralisaram a indústria em 2023.
O anúncio de Trump foi recebido com cautela. Na esfera política, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, respondeu com uma proposta para trabalhar com Washington num plano federal de crédito fiscal que destine cerca de 7,5 mil milhões de dólares para ajudar a indústria.
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