O filme brasileiro «O Menino e o Mundo», de Alê Abreu, venceu o Grande Prémio para Melhor Longa-Metragem da Monstra – Festival de Animação de Lisboa. O certame, que encerra hoje, está a decorrer desde o dia 13 de março no cinema São Jorge, em Lisboa, mas tem tido programação também no Museu das Marionetas, no Teatro Meridional e em várias escolas de Lisboa e de Almada. «Boles», de Spela Cadez, uma coprodução Eslovénia/Alemanha, arrecadou o Grande Prémio Monstra para Melhor Curta-Metragem.
Sobre o vencedor do prémio para longa-metragem, o júri sublinhou a «forma original, sensível e bela», com que o realizador «concretizou uma visão ingénua e poética do mundo globalizado». Este filme, que conta a história de um menino que parte à procura do seu pai e descobre um mundo fantástico, dominado por estranhos seres e máquinas-bichos, foi também o vencedor do Prémio de Melhor Banda Sonora e do Prémio do Público.
Quanto à premiada curta-metragem «Boles», de Spela Cadez, o júri considerou que este é «um filme bem equilibrado, que combina com mestria todos os aspetos da sua produção. Uma história clássica sobre um artista em crise criativa e a sua musa, contada com ironia e profundidade, oferecendo às marionetas uma dimensão contemporânea».
Na secção da competição portuguesa, «Carrotrope», de Paulo D’Alva, viu distinguido o seu filme com o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores/Vasco Granja, pela sua «interessante visão sobre o cinema com um ambiente consistente e uma forte atmosfera», segundo o júri.
Na competição internacional de Longas-Metragens, «Cheatin'» do norte-americano Bill Plympton, arrecadou o Prémio Especial do Júri e o filme «Tia Hilda!», dos franceses Jacques-Rémy Girerd e Benoît Chieux, venceu o Prémio Melhor Filme para Infância e Juventude.
Na competição internacional de Curtas-Metragens, «Villa Antropoff», de Kaspar Jancis e Vladimir Leschiov, da Estónia, recebeu o Prémio Especial do Júri, «Lay Bare», do britânico Paul Bush, o Melhor Filme Experimental, e «Kiki de Montparnasse», de Amélie Harrault recebeu o Prémio do Público Curta-Metragem. Ainda nesta categoria, «A Minha Mãe é um Avião», de Yulia Aronova, «À Volta do Lago», de Noémie Marsily e Cark Roosens, e «O Coro em Tournée», de Edmunds Jansons, receberam menções honrosas.
Na categoria de curtíssimas, dedicada a filmes com menos de dois minutos, os vencedores foram «Robbery», de Jan Saska (competição internacional) e «World of Paper», de João Lagido (competição nacional).
A competição internacional de estudantes foi ganha pelo filme «Fishing Meteorites», de Nina Christen e Evelyn Buri e na competição de estudantes portugueses ganhou o filme «A Ventoinha e o Candeeiro», de Filipe Fonseca. Os filmes «Ab Ovo» e «Underneath the Refuge» receberam menções honrosas, e «Kiosk» ganhou o Prémio do Público nesta categoria.
Na 13ª edição, o festival dedicou uma homenagem ao cinema húngaro, exibindo uma retrospetiva dos últimos 50 anos, a mais recente produção do país e convidando alguns realizadores e artistas, como Ferenc Cakó, considerado um dos mestres do cinema de animação com areia.
Um dos pontos altos foi a antestreia de «Asas do Vento», o mais recente filme do realizador japonês Hayao Miyazaki.
Nas curtas internacionais esteve «Mr. Hublot», de Laurent Witz, que recebeu este ano o Óscar de melhor curta-metragem de aimação, e também «Feral», do português de origem cabo-verdiana Daniel Sousa, que foi candidato ao mesmo galardão.
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