Coprodução da Holanda e da Turquia, o filme já havia vencido o prémio Swatch Art Peace Hotel no festival de Locarno deste ano e foi agora premiado por um júri composto por Lois Patiño, Nuria Cubas, Hilke Doering, Mário Moura, Ivo M. Ferreira e Raquel Castro.
“O conflito curdo-turco é reacendido no final do verão de 2015. A Turquia realizou a maior operação militar da história do sudeste do país. No entanto, não houve cobertura mediática nem relatórios oficiais sobre as operações, apenas os registos vídeo e fotográficos dos habitantes daquela região... e as suas memórias. A guerra é agente metamorfoseador das cidades, paisagem e sentimentos, confessados na primeira pessoa pela narradora. Numa noite, uma chuva de meteoros faz parar o conflito. Intervenção cósmica, divina? A natureza continua o seu curso, mas o cinema e as palavras não deixarão esquecer o que aconteceu”, escreveu Carolina Rufino, do comité de seleção do Porto Post Doc, na descrição que fez do filme.
O festival atribuiu ainda uma menção honrosa a “Dragonfly Eyes”, de Xu Bing, que criou uma narrativa apenas a partir de imagens de videovigilância, sem atores ou equipa de filmagem.
O sírio Ziad Kalthoum venceu o prémio Biberstein Gusmão, para autores emergentes, enquanto “Proxima”, de Igor Dimitri e Gabriel Martinho, ganhou o prémio para melhor filme da competição Cinema Novo, tendo Inês de Lima Torres recebido uma menção honrosa por “De madrugada” nessa categoria.
A organização do Porto Post Doc sublinhou ainda que o festival contou com várias sessões esgotadas nos espaços que ocupou na cidade (Rivoli, Passos Manuel e Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto) e que “continua a crescer também como plataforma profissional, com perto de 300 [pessoas] que passaram pelo Porto”.
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