"Cinema é Paixão" é o mote da 14.ª Edição dos Prémios Sophia. O que é que significa para si, e para a Academia, esta escolha?

Significa que o trabalho desenvolvido pela Academia ao longo destes 14 anos foi movido, acima de tudo, pela paixão. Temos procurado dar notoriedade ao cinema português e continuar a reconhecê-lo, não apenas através da entrega de prémios — que, claro, é uma parte importante da nossa atividade — mas também através da formação e da internacionalização do cinema nacional. A Academia tem, aliás, um papel relevante na seleção de filmes para prémios internacionais como os Óscares, os prémios no Brasil, os Goya, em Espanha, entre outros. Portanto, existem várias vertentes na atuação da Academia, sendo os Prémios Sophia, naturalmente, a mais visível. Estes prémios marcaram o início de uma academia em Portugal, algo fundamental para o reconhecimento da qualidade do nosso cinema e dos seus profissionais — atores, técnicos, e todos os que contribuem para a sua criação.

Prémios Sophia Academia Portuguesa de Cinema
Prémios Sophia Academia Portuguesa de Cinema Cerimónia dos Prémios Sophia 2023 créditos: Mag, Academia Portuguesa de Cinema

E como é que este lema reflete o estado atual do cinema português?

O cinema português, neste momento, está em recuperação depois de uma fase difícil que afetou todos, principalmente devido à pandemia, que provocou um grande retrocesso na produção cinematográfica. As salas de cinema também foram bastante afetadas — e é nesse contexto que o lema "Cinema é Paixão" surge também como uma homenagem a esses espaços, que estão, pouco a pouco, a recuperar.

É fundamental lembrar que o cinema deve ser visto no grande ecrã, as salas. Apesar de hoje em dia o cinema estar disponível em várias plataformas — como o streaming, a televisão, entre outros — queremos valorizar a experiência da sala escura, onde muitos de nós vimos os filmes que nos marcaram.

No que toca à produção, estamos num bom momento. Este ano, no âmbito dos Prémios Sophia, foram contabilizadas 51 longas-metragens elegíveis: 34 de ficção e 17 documentários. Importa referir que os prémios são atribuídos apenas a filmes que foram exibidos em sala. Este número já é bastante expressivo e mostra vitalidade na produção nacional.

Nas curtas-metragens, os números são ainda mais animadores. Temos também 34 curtas de ficção — curiosamente, o mesmo número das longas de ficção —, a que se juntam 18 filmes de animação e 13 documentários. Portanto, foi um ano de grande produção, que confirma a retoma do cinema português. Esperamos agora que essa dinâmica se reflita também nas salas de exibição.

O que a Academia deseja — e apela constantemente — é que o público português reconheça e valorize o seu próprio cinema. Que vão ao cinema, sim, mas que não deixem de ver cinema português.

E de que forma é que os Prémios Sophia ajudam a manter viva essa paixão, tanto para os profissionais do setor, como para o próprio público?

Bem, no que toca ao público, temos vindo a organizar sessões especiais com os quatro filmes nomeados a Melhor Filme, tanto em Lisboa como no Porto. Ou seja, quem quiser pode ir ao cinema ver os filmes selecionados, os nomeados, e assim conhecer melhor o que está a ser reconhecido pela Academia.

Além disso, os Prémios Sophia são transmitidos em direto na RTP2, como tem sido habitual. A cerimónia inclui a entrega de prémios em várias categorias, com os membros da Academia a dar e a receber os galardões. É, de certa forma, uma verdadeira festa do cinema português, um momento anual em que celebramos o espírito e a vitalidade do cinema nacional.

A participação do público — ao assistir à gala, ao ver os filmes premiados e ao mostrar interesse por eles — é essencial. É uma forma de acompanhar o que de melhor se faz no nosso cinema todos os anos.

Paulo Trancoso reconduzido como presidente da Academia Portuguesa de Cinema
Paulo Trancoso reconduzido como presidente da Academia Portuguesa de Cinema Paulo Trancoso, Presidente da Academia Portuguesa de Cinema créditos: Mag, Academia Portuguesa de Cinema

E como é que se concilia esta paixão? Como é que se continua a estimulá-la, sobretudo entre os profissionais do setor, tendo em conta a menor afluência às salas, especialmente aos filmes portugueses?

Acho que essa paixão se estimula mostrando o que se faz e chamando a atenção para isso. Os profissionais do cinema continuam a fazer filmes com enorme dedicação, com amor à arte, e a celebrar o cinema como a forma de expressão que é. O nosso papel passa também por sensibilizar o público, por chamar a atenção dos espectadores potenciais para o que está a ser produzido.

Muitas pessoas sabem o que se vai fazendo, mas houve um certo afastamento das salas de cinema — mais uma vez, muito por culpa da pandemia — e é importante recuperar esse hábito, esse prazer de ir ao cinema. Ir ver cinema no grande ecrã, e, como já referi, ver cinema português. Saber o que está a estrear, acompanhar os filmes que ganham prémios — muitos dos quais em festivais internacionais, como Cannes ou Berlim. Se um filme português é premiado lá fora, é importante que o público vá vê-lo cá dentro também.

E, claro, que o público forme a sua própria opinião. Vão ver os filmes e façam a vossa crítica — isso é o que realmente importa.

Apesar de uma recuperação em 2024, com um total de 11,8 milhões de idas ao cinema em Portugal, o número continua bastante abaixo dos valores registados antes da pandemia. Sente que os hábitos dos portugueses mudaram de forma irreversível? Como é que vê esta evolução e o impacto que tem no cinema português?

A pandemia alterou profundamente a forma como se vê cinema. As pessoas deixaram de poder ir às salas e passaram a ver filmes em casa — no computador, na televisão. Essa alternativa acabou por se tornar um hábito cómodo para muitos.

Ainda não recuperámos totalmente, mas já se sente uma vontade crescente de regressar às salas. O próprio streaming, ao fim de algum tempo, acaba por cansar. As pessoas começam a recordar os bons momentos vividos no cinema — o som, o ambiente, o impacto do grande ecrã à sua volta. É por isso que este ano estamos a reforçar a ideia da paixão pelo cinema e, em particular, pelas salas de cinema.

Queremos invocar a força simbólica das salas, porque acreditamos que é através delas que o público pode reencontrar a experiência única que o cinema proporciona. A ideia é combater a inércia, essa espécie de preguiça que se instalou, e incentivar o regresso à grande sala, onde se veem os grandes filmes e se vive verdadeiramente o cinema.

"Cinema é Paixão" é mais do que um lema — é uma celebração do amor ao cinema e às salas de cinema.

A pandemia deu um grande impulso às plataformas de streaming, que foram um verdadeiro escape para quem gosta de ver cinema. De que forma é que isso impacta, tanto positiva como negativamente, a produção e a distribuição do cinema português?

O streaming passou a ser, digamos, um parceiro — tornou-se mais uma plataforma para ver cinema. É uma forma complementar de acesso aos filmes. Teve, sem dúvida, um papel muito relevante durante os anos da pandemia, mas acredito que, com o tempo, o seu impacto se irá equilibrar com o regresso às salas.

Como referi anteriormente, as pessoas começam a sentir algum cansaço em relação ao streaming e procuram novamente a experiência do cinema nas salas. O que provavelmente vai acontecer é uma harmonização entre os dois formatos. Haverá momentos em que as pessoas quererão ver um filme no cinema — porque o tema lhes interessa, porque o elenco lhes agrada ou porque querem simplesmente viver essa experiência — e outros momentos em que optam por ver em casa, especialmente séries.

Estamos a assistir a uma nova forma de consumir conteúdos audiovisuais, que ainda está a definir-se. É difícil perceber, neste momento, exatamente como será o futuro, mas com o tempo vai clarificar-se.

O mais importante é que as pessoas valorizem o que é nosso. O cinema português tem uma enorme diversidade, e é essencial que o público reconheça e apoie essa riqueza.

É preciso que o público esteja mais atento às estreias nacionais, e é igualmente fundamental reforçar o esforço na divulgação e promoção dos filmes portugueses.

De que forma é que a Academia tem trabalhado para incentivar o público a regressar às salas, particularmente para ver produções nacionais?

Nós produzimos uma série de pequenos filmes — spots com atores portugueses — precisamente para incentivar o regresso às salas, numa altura em que havia ainda muito receio por parte do público, especialmente por causa do risco de contágio.

Esse regresso tem sido, naturalmente, muito gradual. Mas desde o início temos feito esse apelo de forma constante. E esta edição dos Prémios Sophia é, em si mesma, uma espécie de espetáculo-apelo, uma concretização simbólica dessa vontade de chamar as pessoas de volta ao cinema.

"Cinema é Paixão" é mais do que um lema — é uma celebração do amor ao cinema e às salas de cinema. E este evento é mais um passo da Academia para sublinhar essa importância e para motivar o público a voltar a ver filmes portugueses no grande ecrã.

Como é que avalia a produção cinematográfica portuguesa neste último ano?

Em termos de números, como já referi, foi um ano muito bom — talvez até um ano recorde. Tivemos mais de 50 longas-metragens que estiveram efetivamente em exibição nas salas de cinema. É importante lembrar que, para estarem a concurso nos Prémios Sophia, os filmes têm de cumprir um critério fundamental: cada um tem de ter pelo menos uma semana de exibição comercial.

Portanto, todos esses filmes passaram pelas salas. No entanto, muitas vezes estão em exibição por pouco tempo. E é aqui que o público tem um papel importante: se as pessoas não vão ver os filmes logo na primeira semana, muitas vezes eles acabam por sair de cartaz rapidamente.

É preciso que o público esteja mais atento às estreias nacionais, e é igualmente fundamental reforçar o esforço na divulgação e promoção dos filmes portugueses. As pessoas precisam de saber quando e onde os filmes vão estrear, precisam de ver os trailers, as entrevistas, conhecer os protagonistas.

Todo esse trabalho de promoção é essencial e tem de ser feito com mais veemência, com mais força, com mais paixão.

Nota alguma tendência na temática ou na abordagem dos filmes portugueses feitos recentemente?

Como referi há pouco, há uma grande diversidade. Se olharmos para os 34 filmes de longa-metragem em competição este ano, percebemos que cobrem praticamente todos os géneros e abordagens cinematográficas.

Este ano, por acaso, não tivemos longas-metragens de animação — ao contrário do ano anterior, em que tivemos duas, o que foi bastante positivo. A animação é um género que gostaríamos de ver mais presente, de forma mais consistente. Seria ótimo que todos os anos houvesse pelo menos uma ou duas longas-metragens de animação em competição, e é algo que incentivamos junto dos profissionais da área.

No entanto, sabemos que o cinema, especialmente a animação, implica um grande investimento, tanto em termos de tempo como de orçamento, e por isso esse ritmo de produção ainda não é regular. Mas temos conhecimento de que há longas-metragens de animação em desenvolvimento, e acreditamos que em breve voltarão a marcar presença. O ano passado foi excecional nesse sentido, e esperamos que se repita.

A Academia está em constante evolução e adaptação às novas realidades do mercado.

E como é que avalia a evolução da presença de produções portuguesas em festivais internacionais?

Acho que essa é, sem dúvida, uma das grandes forças do nosso cinema. Praticamente todos os anos há um filme português premiado em festivais de renome como Cannes, Berlim ou outros festivais internacionais de grande prestígio.

Aliás, há dois anos tivemos uma curta-metragem portuguesa nomeada para os Óscares, o que foi um feito notável. E este ano não voltámos a marcar presença por muito pouco — a curta ficou na shortlist, o que já demonstra bem a qualidade do nosso cinema de animação, especialmente no formato de curta-metragem, onde temos tido grande destaque.

As longas-metragens portuguesas também têm sido premiadas lá fora, o que mostra o reconhecimento crescente do nosso trabalho. No entanto, apesar do sucesso nos festivais, o prémio mais importante — aquele que mais desejamos — é que o público, cá dentro, vá ver esses filmes ao cinema.

E relativamente aos critérios para as nomeações em festivais de cinema internacionais, quais são os critérios utilizados pelos membros da Academia para levar o cinema português a esses festivais?

Na verdade, na maioria dos casos, são os próprios produtores que concorrem individualmente com os seus filmes, através das suas produtoras. A Academia não interfere diretamente nesse processo. O papel da Academia, no que toca à promoção internacional, está sobretudo ligado à participação em prémios organizados por outras academias — como é o caso dos prémios de cinema ibero-americano.

Nesses contextos, países como Espanha, Brasil, Colômbia, México, entre outros, pedem à Academia Portuguesa que indique um filme nacional para representar Portugal. É a própria Academia que faz essa seleção.

Além disso, a Academia Portuguesa também tem um papel importante na nomeação do filme português que vai concorrer aos Óscares. Primeiro, um júri escolhe quatro filmes com maior relevância no ano. Depois, todos os membros da Academia votam para decidir qual será o representante oficial de Portugal.

Referiu que, para um filme ser nomeado aos Prémios Sophia, é necessário estar em exibição nas salas de cinema durante pelo menos uma semana. No entanto, embora ainda não seja uma prática comum no cinema português, há filmes de grande sucesso que estreiam diretamente nas plataformas de streaming, sem passar pelas salas. A Academia está a ponderar, no futuro, criar uma categoria nos Prémios Sophia para premiar essas produções, que, mesmo sem exibição em sala, alcançam grande visibilidade junto do público?

A Academia já atribui há alguns anos o prémio para a melhor série, pois acreditamos que é fundamental dar visibilidade e reconhecimento às séries produzidas em Portugal. Há apenas cinco anos, produziam-se muito poucas, mas isso mudou. Este ano, tivemos 11 séries em competição. A maioria vem da RTP, que tem apostado fortemente nesse formato, mas também há algumas da SIC e poucas da TVI, que ainda não investem tanto nesse campo. Cada vez mais, no entanto, as televisões generalistas têm produzido séries, e isso é um sinal importante de evolução. A Academia tem acompanhado essa mudança e, por isso, tem premiado todos os anos a melhor série. Atualmente, estamos em votação com as quatro séries nomeadas.

Quanto aos filmes em streaming, em Portugal ainda são poucos os que estreiam exclusivamente nas plataformas. Quando essa situação se tornar mais frequente, estaremos atentos e, se for necessário, adaptaremos. A Academia está em constante evolução e adaptação às novas realidades do mercado. Somos uma das poucas academias que atribui um prémio à melhor série, enquanto outras se concentram apenas no cinema. Acreditamos que isso é fundamental e até pensamos em expandir ainda mais esse reconhecimento no futuro.

Recentemente, o ator Edgar Morais anunciou o seu afastamento da Academia e fez algumas acusações à mesma, acusando-a de falta de transparência e imparcialidade. Como é que responde a estas críticas?

Rejeitamos totalmente essas críticas. É interessante perceber que o afastamento ocorreu após a primeira volta de nomeações, quando, ao perceber que não foi nomeado, o ator reagiu dessa forma. Lamentamos profundamente essa situação, pois, infelizmente, situações como esta acontecem em todas as academias. Quando há egos feridos, muitas vezes surgem reações impulsivas que poderiam ser mais ponderadas. No entanto, temos muito respeito pelo Edgar e lamentamos que tenha decidido afastar-se.

Relativamente às acusações, é importante sublinhar que a Academia tem procurado melhorar continuamente a transparência e a eficiência dos seus processos. Este ano, por exemplo, lançámos uma nova plataforma de votações, mais moderna e eficaz, que visa facilitar e garantir maior clareza nas votações. Estamos sempre a evoluir e a melhorar, mas rejeitamos categoricamente o que foi dito.

Um Café e Um Par de Sapatos Novos
Um Café e Um Par de Sapatos Novos Filme "Um Café e Um Par de Sapatos Novos" créditos: promo

Quando a notícia surgiu, houve muitas comparações entre este caso e o ocorrido em 2020 com as atrizes Anabela Moreira e Margarida Moreira, no filme "Diamantino", em que inicialmente apenas Anabela foi nomeada. O que acha destas comparações?

São casos diferentes. No caso das atrizes Anabela e Margarida Moreira, ambas desempenhavam papéis idênticos, estavam juntas em cena, de forma igual, e a interpretação era conjunta. No caso dos irmãos Morais, cada um tinha uma personalidade própria e interpretava de maneira distinta. Além disso, como sabem, são as produtoras que inscrevem os atores e técnicos nas candidaturas às nomeações para os Prémios Sophia. E, no caso dos irmãos Morais, as nomeações foram feitas de forma individual, ou seja, o pedido foi feito separadamente para cada ator, e não em conjunto. Portanto, embora se possam encontrar algumas semelhanças superficiais, consideramos que se trata de um caso completamente diferente.

Prémios Sophia:
Prémios Sophia: Margarida Moreira e Anabela Moreira créditos: LUSA

E acha que o modelo atualmente em vigor é o mais justo e representativo para o cinema português?

Completamente! São os produtores que submetem as candidaturas, a Academia apenas organiza e coloca os candidatos à votação. É importante perceber que a Academia é uma entidade composta por centenas de profissionais — ou seja, cada decisão resulta do voto coletivo de muitas pessoas da área do cinema. Não estamos a falar de um júri restrito com três elementos, mas sim de uma votação alargada entre os profissionais do setor. É isso que distingue os Prémios Sophia de outros prémios que dependem de júris. É fundamental que isto fique claro.

Que desafios — e também que oportunidades — vê para o cinema português nos próximos anos?

Acho que, cada vez mais, o caminho passa pela internacionalização do cinema português e pelo reforço das coproduções. Hoje em dia, cada filme é, por si só, uma produção complexa e dispendiosa — até um filme com apenas dois atores pode ter um custo elevado. Por isso, é essencial pensar de forma estratégica.

Ao mesmo tempo, os processos de produção e de filmagem tornaram-se mais acessíveis, o que abriu espaço para o cinema independente. Há filmes feitos com poucos recursos, até com telemóveis, que, se tiverem qualidade e forem exibidos em sala, são tão válidos quanto qualquer outro.

O cinema diversificou-se muito e tornou-se mais acessível. Além disso, os fóruns internacionais de coprodução — muitos deles integrados em festivais, outros exclusivamente dedicados à produção — são cada vez mais frequentados por produtores portugueses.

A Academia também tem promovido iniciativas como o "A Quatro Mãos" e o "Pitch Me!", que visam apresentar projetos de cinema a produtores portugueses. Estes encontros geram diálogo entre autores e produtores, podendo culminar na concretização dos projetos.

Além disso, a Academia tem feito esforços no âmbito internacional. Por exemplo, já realizámos duas iniciativas com a Netflix: uma dedicada exclusivamente a filmes realizados por mulheres portuguesas, que foram premiados e depois exibidos na plataforma; e o mais recente "Pitch Me!", em que praticamente todos os projetos apresentados foram trabalhados e, posteriormente, selecionados por uma assembleia de produtores.

Portanto, há um caminho contínuo a ser trilhado pelo cinema português, e a Academia está a fazer o possível para apoiar esse percurso.