Retrospetivas de cineastas como Ken Loach e Eduardo Williams e o regresso do ciclo Oásis, com sessões de cinema ao ar livre com entrada gratuita, são alguns dos destaques da programação maio/julho do Batalha Centro de Cinema, Porto, apresentada na terça-feira.
No momento em que Ken Loach anuncia o fim da sua carreira como realizador, após seis décadas de “intensa produção”, o Batalha apresenta uma retrospetiva dedicada à obra do cineasta, “celebrada pelos retratos arrojados e sem concessões da pobreza e da marginalização no Reino Unido”.
De acordo com a programação a que a Lusa teve acesso, o ciclo arranca a 18 de maio com "Poor Cow" (1967) e prolonga-se até novembro, com filmes como "Kes" (1969), "Fatherland" (1986), "The Wind that Shakes the Barley" (2006), "Looking for Eric" (2009) e "I, Daniel Blake" (2016).
Entre 22 e 31 de maio é também dedicada uma retrospetiva ao cineasta argentino Eduardo Williams, que inclui a estreia no Porto de "El auge del humano 3" (2023), numa sessão seguida de conversa com o realizador.
Além de obras como "Parsi" (2018), "Que je tombe tout le temps?" (2013), "Pude ver un puma" (2011) e da sua primeira 'longa' "El auge del humano" (2016), o programa inclui um 'workshop' onde o cineasta falará da sua prática artística e fílmica.
Até 16 de junho, continua a retrospetiva da obra da cineasta neozelandesa Jane Campion com a exibição de filmes como "The Piano" (1993), "Bright Star" (2009), "Holy Smoke!" (1999) e "The Power of the Dog" (2021).
O programa culmina com a apresentação da primeira temporada da premiada série "Top of the Lake", protagonizada por Elisabeth Moss, ao longo de duas sessões com entrada gratuita.
Entre 04 e 05 de maio, "The Last Movies" — o programa que apresenta uma seleção de obras vistas por ícones do século XX momentos antes das suas mortes — está também de regresso ao Batalha.
Neste segundo capítulo, serão exibidos os últimos filmes vistos por F.W. Murnau, Yves Klein, John F. Kennedy, Lee Harvey Oswald, Betty Grable, Bernard Herrmann, Agatha Christie, Rainer Werner Fassbinder, Diana Spencer e Jean-Luc Godard.
Este desafio, de 18 horas consecutivas de cinema, propõe um exercício de resistência pela noite dentro, decorrendo entre as 16:30 de 04 de maio e as 11:00 de 05 de maio.
Na primeira edição, em abril de 2023, dos 131 participantes que entraram na sala, 101 resistiram até à manhã do dia seguinte, sendo galardoados com um cartão BFF com validade de seis meses — que permite o acesso livre e gratuito a todas as sessões de cinema programadas pelo Batalha.
Entre 12 e 20 de julho, antes da pausa de verão, o ciclo "Oásis" regressa à Praça da Batalha para sessões de cinema ao ar livre com entrada gratuita.
Este ano, sob o mote "Uma Noite Americana", será apresentado um conjunto de obras de culto que remetem para a paisagem noturna vivida nos Estados Unidos da América, atravessando diferentes géneros e décadas: "The Night of the Hunter", "Dog Day Afternoon", "Buck and the Preacher", "Near Dark", "Risky Business" e "One from the Heart".
O ciclo Tesouros do Arquivo — que propõe a (re)descoberta das últimas obras restauradas por importantes laboratórios, arquivos e cinematecas — apresenta filmes de David Schickele, Ousmane Sembène, Antonio Carlos da Fontoura, Alessandro Blasetti, entre outros.
Já as Matinés do Cineclube do Porto dão continuidade à programação que recorda a Semana do Cinema Europeu, organizada durante a década de 90, apresentando filmes de Luc Dardenne e Jean-Pierre Dardenne, Mathieu Kassovitz, Theo Angelopoulos e Tom Tykwer.
Seleção Nacional, o ciclo dedicado ao cinema português, convida a uma revisão das “comédias lusitanas” com filmes de Artur Semedo, João César Monteiro, Joana Toste, João Botelho, Inês de Medeiros, Gabriel Abrantes, Fernando Lopes, entre outros.
Até julho, o Batalha acolhe a Festa do Cinema Italiano, o Multiplex, a Porto Summer School e o Arquiteturas Film Festival, e projetos como Contemporânea Film(e), o congresso da AIM — Associação de Investigadores da Imagem em Movimento, o laboratório TorinoFilmLab e a conferência KISMIF.
A 16 de junho, o Batalha acolhe também o programa satélite de GREENHOUSE — o projeto coletivo de Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala que representa Portugal na Bienal de Veneza —, intitulado Quintais.
Neste contexto, o escritor Ondjaki estará no Porto para falar acerca da música, da poesia e da rádio como tecnologias não apenas de resistência, mas de libertação — numa palestra de entrada livre moderada pela historiadora e investigadora americana Marissa Moorman.
Haverá ainda um programa para famílias que culmina com um momento de discoteca no sábado, 06 de junho, no Bar do Batalha — que convida os mais novos a dançarem ao som da DJ MVRIA e com ela aprenderem a usar a mesa de mistura.
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