A segunda edição do IndieJúnior – Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil do Porto começa hoje com a exibição de filmes escolhidos pelos alunos, do pré-escolar ao secundário.
Até domingo, cerca de 50 filmes vão estar em competição e são esperados “oito mil espetadores” nos seis dias, segundo o diretor do evento.
O festival espalha-se pelo Teatro Municipal Rivoli, a Biblioteca Municipal Almeida Garrett e o Cinema Trindade, depois de uma “edição piloto” que viu o apoio da Câmara do Porto reforçado, para 2.500 euros.
A secção de competição internacional divide-se em longas metragens e curtas metragens, com as ‘curtas’ divididas por escalões etários, do pré-escolar aos filmes para maiores de 16 anos.
A competição de 'longas' conta com quatro filmes: “O Mistério da Colina Verde” [foto], do croata Cejen Cernic, “Perdidos em Paris”, uma coprodução franco-belga realizada por Dominique Abel e Fiona Gordon, “O Professor Sapo”, da holandesa Anna van der Heide, e “Um Filme de Cinema”, do brasileiro Thiago B. Mendonça.
Segundo o diretor do festival, Nuno Sena, em declarações, quando da apresentação do evento, "a matriz ideológica do festival é acreditar que os espetadores mais jovens são provavelmente os mais generosos", com uma disponibilidade "maior do que outros, que, a partir de certa idade, começam a ficar mais formatados", e o objetivo é "aproveitar este território de descoberta", para cultivar o gosto pelo cinema e o espírito crítico.
A programação inclui ainda várias propostas da comunidade escolar, como “As Cobras Também Almoçam”, uma curta de animação produzida pelos alunos do quinto ano do Colégio de São José de Bairros, em Lousada, integrado na competição internacional "Curtas/Sessão para toda a Família e Amigos".
Outra das propostas é o filme “O Impacto da Música na Juventude”, que Hugo Santos realizou enquanto aluno da Escola Artística de Soares dos Reis, sendo que o autor estará presente na sessão de sexta-feira, para conversar com a plateia.
“Um dos papéis do festival é fomentar a própria produção do género para crianças e jovens. (...) Em Portugal existe pouquíssima produção para crianças e jovens, e espero que o festival possa contribuir para aumentar a visibilidade dessas produções e mostrar que há um público que não está servido”, apontou Nuno Sena.
Outras propostas...
Uma das secções não competitivas, "O Meu Primeiro Filme", conta com três longas metragens escolhidas por três personalidades da música, três propostas sobre a própria infância de Ana Deus, Rui Reininho e Carlos Tê, que serão exibidas no Cinema Trindade com apresentação dos próprios.
A música, que fez parte de grupos como os Ban ou os Três Tristes Tigres, escolheu “Alice no País das Maravilhas”, um clássico da Disney de 1951, que será exibido a 03 de fevereiro, enquanto o letrista e escritor se decidiu pelo britânico “Os Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras”, realizado por Ken Annakin, em 1965, para uma sessão marcada para dia 02.
Já o vocalista dos GNR, que abre a secção a 01 de fevereiro, escolheu o norte-americano “Viagem ao Centro da Terra”, adaptação do livro de Júlio Verne, realizada por Henry Levin, estreada em 1959.
Dentro das atividades paralelas, nota para um debate sobre a identidade de género no contexto infanto-juvenil, intitulado "Quando a identidade de género não coincide com o género que foi atribuído à nascença", marcado para quinta-feira, pelas 18:30, no auditório da Biblioteca Almeida Garrett.
De entrada gratuita, o debate conta com o docente da Universidade Fernando Pessoa Luís Santos, a psiquiatra Zélia Figueiredo e Sandra Monteiro, sócia da Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género (AMPLOS).
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