
James Gunn disse que o seu novo filme "Superman" é a história de "um imigrante que veio de outros lugares" e isso foi o suficiente para uma parte do movimento MAGA nos EUA começar a dar-lhe o novo título: "Superwoke".
A super produção é a primeira de um novo Universo Cinematográfico DC e chega esta semana aos cinemas mundiais.
“Quer dizer, ‘Superman’ é a história da América”, disse o realizador e argumentista, também um dos presidentes executivos da DC Studios, numa entrevista publicada no domingo no The Times of London, explicando alguns dos temas e ideais do filme com David Corenswet (Clark Kent/Superman) e Rachel Brosnahan (Lois Lane).
"Um imigrante que veio de outros lugares e povoou o país, mas para mim é principalmente uma história que diz que a bondade humana básica é um valor e é algo que perdemos”, esclareceu.
James Gunn também reconheceu que a personagem pode ser vista de formas diferentes conforme os grupos e áreas políticas, mas reforçou que o tema é a "bondade humana" e, "obviamente, haverá idiotas por aí que simplesmente não são bondosas e vão achar isto ofensivo só porque é sobre bondade. Mas que se lixem”.
Mais do que a parte política, acrescentou, o filme, "a outro nível, é sobre moralidade”.
“Nunca se mata, não importa o que aconteça — que é no que o Super-Homem acredita — ou tem-se algum equilíbrio, como acredita a Lois? É realmente sobre o relacionamento deles e a forma como opiniões diferentes sobre crenças morais básicas podem separar duas pessoas”, explicou.
Foi a citação "um imigrante que veio de outros lugares" que provocou reações negativas nas redes sociais de apoiantes do movimento MAGA e não demorou até chegar a meios conservadores como a Fox News, que passou a chamar-lhe "Superwoke".
Kellyanne Conway, uma das comentadoras mais mediáticas do canal e que integrou a primeira administração presidencial de Donald Trump, avisou: "Não vamos ao cinema para ouvir sermões e para que alguém nos imponha a sua ideologia".
Jesse Watters, outra mediática figura ultra-conservadora da Fox News, brincou, dizendo que "MS13" está na capa do super-herói, referindo-se ao conhecido gangue criminoso internacional.

Do outro lado do Atlântico, o tabloide conservador Daily Mail publicou esta terça-feira de manhã um artigo com o título negativo "Quem precisa de kryptonite quando as críticas são tão más? A nova versão de 'Superman' é arrasada numa primeira crítica brutal".
Nele destacava-se uma crítica do Daily Beast lançada cinco dias antes o levantamento do embargo do estúdio e entretanto removida, que descrevia um argumento confuso e sem humor, personagens pouco desenvolvidas e uma história repleta de "fantasias sem sentido que rapidamete tornam todo o filme superficial e pateta".
A meio da tarde, o artigo do Daily Mail foi atualizado para incluir várias reações positivas saídas da antestreia mundial na segunda-feira em Los Angeles, mas mantendo o título negativo.
Foi precisamente na passadeira vermelha em Los Angeles que James Gunn reagiu aos comentários ligados ao movimento MAGA, dizendo que o seu "Superman" é para "toda a a gente" e que não tem “nada a dizer" a quem quer que esteja a espalhar negatividade à volta do filme.
"Não estou aqui para julgar as pessoas. Acho que este é um filme sobre bondade e acho que é algo com que todos se podem identificar", respondeu à revista Variety.
Já Nathan Fillon, que interpreta Lanterna Verde/Guy Gardner, riu-se da polémica e manteve a resposta breve: "Acho que alguém precisa de um abraço. Malta, é apenas um filme".
"Superman" junta ainda no elenco Nicholas Hoult como o vilão Lex Luthor e a modelo portuguesa Sara Sampaio como a sua assistente e cúmplice Eve Teschmacher, além de Edi Gathegi, Isabela Merced, María Gabriela de Faría, Skyler Gisondo, Sean Gunn e Anthony Carrigan, entre outros.
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