A segunda edição edição do Tribeca Festival Lisboa terá lugar de 30 de outubro a 1 de novembro na Unicorn Factory, anunciaram esta terça-feira as entidades organizadoras.

Será mais um dia inteiro do que a edição inaugural da extensão europeia do prestigiado festival norte-americano, que teve uma noite de abertura a 17 de outubro de 2024, seguida por dois dias no Hub Criativo do Beato.

Após as críticas na altura às deficientes condições de exibição e a reduzida oferta de filmes, além do preço elevado dos bilhetes – o ingresso diário custava 75 euros e o passe era 130 euros –, o comunicado da Tribeca Enterprises, a SIC, a sua plataforma de streaming OPTO e a Câmara de Lisboa, anuncia "espaços melhorados, exibições aprimoradas e uma atmosfera ainda mais acolhedora para todos os participantes".

O festival, que se tornou um dos mais importantes dos EUA desde a criação em 2003 , foi criado por Robert De Niro e a produtora Jane Rosenthal para ajudar a revitalizar Nova Iorque após a tragédia do 11 de setembro.

A primeira edição do Tribeca Festival Lisboa trouxe a Lisboa os dois fundadores e convidados como Whoopi Goldberg, Patty Jenkins, Griffin Dunne e Chazz Palminteri.

A abertura foi com "Anora", de Sean Baker, o vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes e que recebeu recentemente cinco Óscares, incluindo Melhor Filme.

A organização promete mais uma programação com "filmes independentes dos EUA, filmes portugueses, séries, podcasts e showcases musicais, bem como conversas ao vivo com estrelas internacionais e locais".

Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, destaca no comunicado oficial: "O primeiro ano do Tribeca Festival Lisboa foi uma experiência incrível e única para o público português. Estamos entusiasmados por acolher este evento mais uma vez, onde vamos aumentar o talento, o conteúdo de qualidade e as conversas inesquecíveis".

"No ano passado, a cidade de Lisboa recebeu o Tribeca de braços abertos e encontrámos um lar longe de casa, um refúgio criativo repleto de inspiração e inovação. Este ano, estamos entusiasmados por regressar para o segundo Tribeca Festival Lisboa", disse Jane Rosenthal.

A primeira edição também foi criticada pelo financiamento público obtido.

Em dezembro, a revista Sábado revelava que a organização recebeu 750 mil euros de apoios públicos, concedidos pelo Turismo de Portugal (250 mil euros), tutelado pelo Ministério da Economia, pela Associação de Turismo de Lisboa (250 mil euros), da qual o município de Lisboa é um dos associados fundadores, e pela empresa municipal Lisboa Cultura (250 mil euros), que gere os equipamentos e animação cultural da capital.

Estes valores levaram, na altura, o Bloco de Esquerda a questionar o presidente da autarquia, Carlos Moedas, sobre o motivo de atribuição de verbas sem que houvesse uma decisão pública ou deliberação em reunião de câmara.

Além dos apoios públicos, o Tribeca arrecadou 615 mil euros de patrocínios, 95.985 euros de bilheteira e 3.389 euros de venda de comida e bebidas, totalizando 1.464.374 euros de receitas, mas as despesas somaram 1.825.168 euros, resultando num prejuízo de 360.794 euros.

Questionado pela agência Lusa sobre o financiamento previsto e se a proposta de apoio financeiro já tinha sido apresentada em reunião de câmara, fonte do gabinete de comunicação da autarquia respondeu apenas que "estão ainda a ser avaliados e acertados os pormenores do modelo da próxima edição".