A concentração, que teve início ao som de Vivaldi, terminou com peças improvisadas por professores e alunos, em jeito de “jam session”. Apenas um cartaz: “Pensam que a Educação é cara, experimentem a Ignorância”.
Os deputados Acácio Pinto e Inês de Medeiros (PS), Catarina Martins (BE), Rita Rato (PCP) e Luís Ferreira (PEV) estiveram por alguns momentos na concentração a ouvir dos responsáveis pela escola e pela Associação de Pais os problemas com que se defrontam diariamente devido ao avançado estado de degradação do edifício.
Hoje de manhã, a direção da escola foi chamada para uma reunião na Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEsT), da qual não saiu qualquer medida para uma intervenção imediata, além do que já era conhecido.
“No fundo, há sempre uma desresponsabilização do ministério, não assumem que vão fazer as obras, querem que seja a escola a pedir orçamentos e a enviar para serem analisados”, disse à agência Lusa a diretora, Ana Mafalda Pernão.
Falta ainda saber, em função do valor orçamento, se a obra terá de ser feita por concurso público, além de que o edifício se encontra no perímetro classificado do Bairro Alto, em Lisboa, o que poderá implicar autorizações ao nível do património.
Questionado pela Lusa, o Ministério da Educação disse hoje que a reunião serviu para acordar um plano de ação no sentido de “concretizar os procedimentos já iniciados na semana passada, tendo em vista a realização, neste momento, das intervenções mais urgentes, que permitam melhorar as condições de funcionamento do edifício”.
A comunidade escolar mantém as iniciativas de protesto entretanto programadas, como uma vigília na próxima semana, e insiste em ser recebida pelo ministro da Educação, Nuno Crato.
“É indispensável reunir com o ministro, que nos oiça e se comprometa que as obras vão de facto avançar”, disse à Lusa o professor Luís Cunha.
A escola de música tem cerca de 950 alunos e ocupa neste momento praticamente todo o edifício do Conservatório Nacional, depois de as aulas de dança terem sido transferidas para instalações contíguas.
Dez salas foram encerradas por motivos de segurança, na sequência de uma vistoria da Câmara Municipal de Lisboa, conhecida na semana passada.
Esta semana, os alunos fecharam a escola a cadeado e concentraram-se à porta do edifício, num protesto apoiado por pais e professores.
@Lusa
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