Não, não estão a escrever músicas de protesto para aquecer o coração das massas em depressão. Estão simplesmente a alterar as datas das suas digressões,de forma a obteremmaior rentabilidade das mesmas.

Cliff Burnstein, agente da lendária banda americana demetal,declarou ao jornal "Wall Street" que, com a descida do euro, faz todo o sentido adiantar os espetáculos: “Durante os próximos anos, o dólar será mais forte e o euro mais fraco e, se for mesmo esse o caso, queremos tirar partido disso, tocando mais desses espetáculos agora, pois assim serão maisrentáveis".

Note-se que bandas como os Metallica podem pedir verbas superiores aum milhão de dólares para atuar em festivais e outros concertos de grandes dimensões. Desde a crise financeira de 2008 que a agência da banda tem prestado atenção redobrada à forma como são pagos e em que moeda o câmbio é efetuado. Se o euro perde valor, a banda pede o pagamento em dólares e vice-versa. Se o valor cai mesmo antes do concerto, a agência compra produtos financeiros derivados para impedir perdas.

Burnstein declarou ainda que ninguémquer "ganhar dinheiro com a troca de moeda, mas ninguém quer ficar a perder”, rematando a conversa com: “Somos uma exportação dos Estados Unidos, tal como a Coca-Cola. Procuramos os mercados mais atraentes para atacar”.

Paulo Costa