“O CD é um bocadinho a minha história discográfica, uma espécie de síntese, desde o primeiro álbum, ‘Fados e Baladas’, que foi produzido por José Cid”, disse o fadista à Lusa.
João Chora convidou, para o acompanhar, no Museu, os músicos Custódio Castelo, em guitarra portuguesa, e Fernando Maia, na viola.
O fadista integra um grupo de vozes e músicos de fado do Ribatejo, que “impregna um cunho próprio” à canção de Lisboa, na qual João Chora procura “marcar a diferença, ao impor um estilo próprio”.
João Chora aponta “a envolvência e ambiência do [rio] Tejo e da campina, como marcantes nos temas fadistas, ao lado da festa brava e da lide do campo”.
“Pode parecer um chavão, mas creio que, nesta altura, tenho já um estilo próprio, que é aquilo que nos diferencia uns dos outros, e me permite até cantar temas de outros repertórios, como ‘O amor é louco’, de Carlos Ramos, sem imitar”, afirmou.
Carlos Ramos e Carlos do Carmo são dois dos fadistas de quem João Chora reconhece influências, e que aprecia, ao lado de Carlos Zel e de João Ferreira-Rosa.
No CD celebrativo dos 25 anos, Chora gravou, de Carlos Ramos, “O amor é louco”, de Carlos do Carmo, “Fado varina”, e, de Carlos Zel, “Eu quero ter eternamente este segredo”.
O álbum reúne temas criados por si e provenientes de outros repertórios que interpreta habitualmente.
“O que é que eu digo à saudade”, uma criação da Maria da Fé, é outro fado que integra o disco.
À Lusa, o fadista justificou da seguinte forma a opção: “É daqueles fados de que se gosta logo à primeira, e que as pessoas se habituaram a ouvir na minha voz, e que marca o meu percurso, daí o ter integrado no CD”.
João Chora refere, como “ponto alto da carreira”, a digressão que fez aos Países Baixos, em 2002. “Foram salas cheias, que adoravam o fado, foi uma experiência fabulosa, em que, de facto, me senti artista”, desabafou o fadista que reconhece “não ser tão reconhecido em Portugal, como talvez merecesse”.
@Lusa
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