Roger Waters terminou a sua digressão de três anos no passado mês de setembro e, desde dessa altura, virou a sua atenção para o seu primeiro álbum rock desde “Amused to Death”, lançado em 1992.

“Terminei uma demo ontem à noite”, revelou o músico à "Rolling Stone". “Possui 55 minutos de duração. São músicas e teatro também. Não quero revelar muito, mas foi formulado como uma peça de rádio. Possui personagens que falam umas com as outras, e é uma jornada. É sobre um homem velho e uma jovem criança que tentam perceber por que estão a matar as crianças”.

Waters ainda não tem a certeza se irá fazer uma digressão de apoio ao álbum: “Estou a sofrer um pouco de abstinência após ter terminado a digressão 'The Wall'. É uma espécie de alívio não ter de de ir lá para fora e fazer aquilo todas as noites, mas eles são uma excelente equipa. Eram 180 pessoas juntas todos os dias. Aquela peça era comovente todas as noites”.

As memórias da digressão ainda lhe dão motivos para colocar um grande sorriso na cara: “Descobri que os fãs mais barulhentos estão em Istambul. Recordo-me de lá estar com a banda durante a Hey You. Estávamos por detrás da parede, para que ninguém nos visse a tocar. Começámos a olhar uns para os outros: ‘Que som é este?’. Quando cantaram a 'Don't give in without a fight’, podias senti-los. Era como se o telhado estivesse a cair, apesar de não existir um. Foi fantástico”.

Com isso em mente, Waters recusou-se a excluir a possibilidade de voltar a realizar a digressão "The Wall" no futuro. “Não estou a pensar nisso neste momento. Mas isto é para não dizer que não a vou fazer. Eu acho que existe uma audiência. Fizemos 219 concertos, o que é muito”.

Paulo Costa