Foi um regresso a uma ‘casa’ onde já tinha sido feliz e voltou a estar ao comando da festa. Quase uma década depois da estreia no palco Palco Heineken do NOS Alive, a estrela da música britânica voltou ao Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, e brindou os fãs com um espetáculo completo, onde liberdade foi a palavra de ordem.

Às 23h05 - pontualidade britânica, sempre -, Sam Smith subiu ao palco NOS. Vestindo uma camisa branca, gravata e um corpete dourado, a estrela pop (que se identifica como pessoa não-binária desde 2019) surgiu em palco ao som de “Stay With Me” - agora cantada com pequenas alterações na letra para não refletir o género masculino. Nos primeiros versos, as vozes dos milhares de fãs fizeram-se ouvir e o mote para toda a noite estava dado.

No palco, uma gigante figura de Afrodite, onde se encaixavam os músicos e por onde passeavam os bailarinos que brilharam ao longo de toda a noite. “Este concerto é sobre liberdade”, frisou.

Sempre sorridente, Sam Smith apostou em super-baladas dos primeiros álbuns para o início da festa colorida no NOS Alive. "I'm Not the Only One e “Like I Can”, do álbum “In the Lonely Hour” (2014), foram as apostas para o arranque e foram diretas aos corações da multidão - não são todos os artistas que podem arrancar um concerto com três hits que conquistaram os tops mundiais e que soma milhões de reproduções nos serviços de streaming de música.

Ao quarto tema, a estrela pop soltou “Too Good at Goodbyes”, single do seu segundo álbum de originais (“The Thrill of It All”, de 2017). Seguiu-se “Perfect” (2023), "How Do You Sleep?" (“É uma das minhas canções favoritas”, confessou) e "Dancing With a Stranger", que convidaram o público a dançar sem pensar no amanhã.

SAM SMITH
SAM SMITH créditos: TOMÁS SOARES NOGUEIRA

Entre canções, Sam Smith surpreendeu com vários outfits arrojados: começou com uma camisa branca e corpete dourado; usou botas de cano alto; vestiu a t-shirt da seleção nacional; e até usou um capacete com chifres. Pelo meio, também se despiu e conquistou ovações ao dançar.

“Quando estava a fazer o álbum há dois anos e em sonhava em voltar aos palcos, prometi a mim mesmo que, se fizesse de novo, faria questão de comemorar e cantar com os meus amigos [os músicos] porque sem eles não seria possível”, frisou Sam Smith.

A festa atrevida e sem censura, seguiu com "Lay Me Down" e "Love Goes", que serviram para o público recarregar energias, mas ao mesmo tempo soltar lágrimas e partilhar abraços.

Com os minutos a passarem a voar, o alinhamento certeiro e carregado de sucessos continou com "Gimme", "Promises" e "I'm Not Here to Make Friends". Sem tempo a perder, Sam Smith recordou "Latch", editada em 2012.

Depois de mais uma mudança de roupa, a pop star voltou a palco com um grande véu branco para "Gloria", tema que abriu caminho para "Human Nature" (com Madonna).

Para o final, Sam Smith guardou a celebrada "Unholy", que carimbou um final em clima de festa.

"Espero voltar em breve", frisou Sam Smith. E o fãs portugueses esperam por esse regresso, para mais uma noite de total festa e onde todos podem ser tudo o quiserem, sem barreiras ou julgamentos.