Os 23 ensaios deste livro pretendem repensar uma ideia simples: de que forma a estupidez reina na política – seja naqueles que são o centro seja entre aqueles (o “cidadão comum”) que perifericamente a endossam – ou, como diz o título de um dos artigos, “o poder do voto é uma preciosidade atirada aos porcos”.
A partir deste eixo, o que o livro acaba por fazer é reunir uma diversidade de temas que afetam a política dos nossos dias – trazendo pensadores de vários países e, no caso português, com abordagens do historiador Adelino Cunha e do blogger Jovem Conservador de Direita – o qual, aliás, contribui com um ensaio marcado por um humor beirando o sarcasmo que lhe é peculiar.
A estupidez sempre ganhou vida pela História afora e é fácil reunir os exemplos das ações mais disparatadas onde líderes condenaram os seus próprios povos a dramáticas ruínas ou genocídios não apenas por ideologia, mas simplesmente por grosseiros erros estratégicos.
Num dos capítulos, um trabalho de reconstituição conta a história dos presidentes americanos e traça, em poucos páginas, um substancial paralelo que começa com Andrew Jackson (o quinto presidente pós proclamação da república americana, mas o primeiro a “romper com a aristocracia”, já que era um homem do povo) e continua com as parvoíces e bizarrices de uma série de homens que ocuparam a Casa Branca. A ideia era questionar se Donald Trump seria, efetivamente, o mais estúpido…
A União Europeia e, especialmente, a fatura do Brexit e o complicado papel da ONU na gestão das relações internacionais são outros dos temas. Claro que num mundo de “fake news” e extrema-direita é fácil encontrar estupidez abundante e as mais loucas teorias da conspiração que têm tido adeptos pelo mundo inteiro e que não se restringem (mas são abundantes) entre seguidores de Donald Trump e Jair Bolsonaro.
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