“Em ano Rússia, o festival abre com a música pela qual Chostakovitch foi acusado de ‘cultivar o gosto da burguesia’ e encerra com a grandiosa Sinfonia 1.º de Maio, precisamente no dia 01 de Maio, com a qual Chostakovitch louvou o dia do trabalhador e os ideais da revolução”, referiu a Casa da Música em comunicado.
De acordo com a instituição, “as obras banidas pelo primeiro congresso da União de Compositores, em 1948, e compositores que integraram a célebre lista ‘Os sete de Khrennikov’, de 1979, estão também representados”.
“Pelo meio ficam dois lados de uma mesma moeda, as faces louvadas e banidas pelo regime da União Soviética. A Cantata para o 20º Aniversário da Revolução de Outubro, segundo textos de Marx, Lenine e Estaline, manifesta a conformidade de Prokofieff com a doutrina do realismo socialista, proporcionando momentos de espetacularidade com a Orquestra Sinfónica e o Coro Casa da Música em palco”, acrescentou a Casa da Música.
Inicialmente previsto para este ciclo esteve o primeiro recital a solo em Portugal do pianista Markus Hinterhäuser, mas o músico viu-se obrigado a adiar o concerto - “em princípio para setembro” - por motivos de saúde.
Do serviço educativo surge “Back in the USSR”, espetáculo da Stopestra! com direção de Tim Steiner que parte do título de uma canção dos Beatles, proibida na União Soviética, e que procura “celebrar a liberdade”.
O ciclo inicia-se no sábado com “Cantata para a Revolução”, sob a direção do maestro titular da Orquestra Sinfónica do Porto, Baldur Brönnimann.
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