“Drama não seria” se não se realizasse a festa, afirmou Jerónimo de Sousa, questionado pelos jornalistas, no final de uma reunião com epidemiologistas, em Lisboa, pedindo, com um sorriso, calma às “almas mais inquietas”.

“Descansem as almas mais inquietas que isso não seria determinante para as nossas opções”, numa referência a um eventual dano financeiro nas contas dos comunistas se não se realizasse a festa anual no Seixal, distrito de Setúbal.

De resto, o líder dos comunistas repetiu que o PCP mantém os planos de fazer esta festa partidária, de 4 a 6 de setembro, se houver condições para tal devido ao surto epidémico.

“Estamos muito empenhados na realização daquele grande ato político, cultural, de festa, de música, arte, que demonstra que não é um festival. Não estaremos distraídos em relação à evolução que se verificará [quanto ao surto] nestes três meses e meio. Se as condições o permitirem naturalmente realizaremos a festa”, justificou ainda.

Se for possível avançar com a festa, os comunistas têm prometido que vão seguir as regras de segurança e sanitárias que eventual venham a ser definidas pelas autoridades de saúde.

A realização da festa do Avante está envolta em polémica depois de todos os partidos terem cancelado acontecimentos que juntem muitas pessoas e de o Governo ter proibido os festivais de verão até setembro.

O próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, comentou indiretamente o assunto, ao afirmar que as regras a definir pelas autoridades sanitárias para festas partidárias ou populares têm de "valer para todos", por que o novo coronavírus não muda consoante a natureza das iniciativas.

Em 09 de maio, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que a Direção-Geral da Saúde (DGS) definirá "oportunamente" regras para a Festa do Avante, frisando que isso depende da evolução da COVID-19, que "ainda é uma incerteza".