A peça será representada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, segundo as datas da digressão por 12 países disponibilizadas à Lusa pela Comédie-Française, coprodutora do espetáculo juntamente com o Festival de Avignon.
Na primeira colaboração com a Comédie-Française, Tiago Rodrigues apropria-se daquela figura da mitologia grega e romana, interpelando o público com uma mistura de perguntas “intemporais da mulher antiga, troiana, com as de uma mulher de hoje, atriz e mãe, envolvida em tormentos semelhantes”, lê-se no site do diretor do Festival de Avignon.
Na peça, uma atriz ensaia a peça “Hécuba”, de Eurípides, interpretando o papel de viúva de Príamo, personagem que, com a derrota de Troia, perdeu o marido, a liberdade, o trono e quase todos os filhos.
A “tragédia ficcional ‘flerta’ dolorosamente com a realidade íntima da atriz, cujo filho autista foi vítima de um sistema de abusos que ela denuncia e contra o qual se insurge”, acrescenta a apresentação da peça, sublinhando que ao tempo dos ensaios do espetáculo se “sobrepõe ambiguamente o tempo da investigação judicial”.
“Num cenário único e crepuscular, ocorre uma fricção entre dois mundos, num entrelaçamento perturbado e perturbador entre a tragédia do mito e a da realidade, entre os meandros do teatro e os da justiça”, frisa a nota de apresentação da peça.
A interpretar a peça, em cena no Festival de Avignon até 16 de julho, estão os atores da Comédie-Française Denis Podalydès, Élissa Alloula, Elsa Lepoivre, Éric Génovèse, Gaël Kamilindi, Loïc Corbery e Séphora Pondi.
A peça tem tradução para francês de Thomas Resendes, cenografia de Fernando Ribeiro e figurinos de José António Tenente. A luz é de Rui Monteiro, a música original e o som de Pedro Costa e na colaboração artística está Sophie Bricaire.
De 26 de julho a 30 de janeiro de 2025, a nova peça de Tiago Rodrigues estará em digressão. Os primeiros espetáculos da digressão realizam-se das 26 e 27 de julho, na Grécia, com apresentações no Festival de Atenas e Epidauro.
Em setembro, a peça deverá passar pela República Checa, Eslováquia e Sérvia, seguindo-se, em outubro, Eslovénia e Roménia, antes de chegar a Istambul, na Turquia, no começo de novembro.
De 15 a 23 de novembro, é a vez do Théâtre de La Cite, em Toulouse, e, de 28 de novembro a 1 de dezembro, subirá ao palco em Genebra.
Em dezembro ainda há apresentações em França, e em janeiro a peça ruma a Madrid, para récitas nos Teatros del Canal.
Após a apresentação em Portugal, “Hécuba, não Hécuba” irá ainda em digressão pela Bélgica, Luxemburgo e de novo França.
De 28 de maio a 25 de julho de 2025, a peça chegará a Paris, subindo ao palco da Sala Richelieu.
Comentários