Federico García Lorca e Henry Miller estão entre os autores a pôr em cena, que englobam ainda textos de contemporâneos como Jean-Pierre Martinez e Arthur Kopit, criações conjuntas dos coletivos e que não esquece Luís Vaz de Camões.

“A balada do que poderia ter sido”, "uma ficção distópica", a partir da crise habitacional e da dependência da Internet, abre esta edição da mostra, no dia 01 de novembro, no auditório Fernando Lopes-Graça, em Almada. A peça é uma criação coletiva, com textos originais e dramaturgia de onze criadores, no contexto da Formação Teatro M/20 da Associação Cultural O Mundo do Espectáculo (ACOME).

“É meu!”, "disputa recambolesca [...] pela posse de tudo", um texto de Catarina Pé-Curto com o elenco da peça, também com produção ACOME, dá continuidade ao certame, no dia 02, na Biblioteca Municipal José Saramago.

Segundo a apresentação, "É meu!" é um "espetáculo de teatro em espaços não convencionais, com um discurso humorístico em torno da voraz vontade de possessão da humanidade e da destruição assim provocada ao seu próprio habitat, num registo de proximidade com o público recorrendo a linguagem clown, visual e ao teatro de objetos".

O programa da 28.ª Mostra de Teatro de Almada inclui duas encenações de Luzia Paramés: “O jarrão chinês”, a partir do texto de Jean-Pierre Martinez, traduzido pela encenadora, e "O dia em que todas as putas foram jogar ténis", do dramaturgo americano Arthur Kopit.

“Dama de Espadas”, com texto de Luís Menezes e Sofia Raposo, “Deus Pátria e Tik Tok”, uma criação de Bárbara Soares e Marco Ferreira, que também interpretam, “Do desconcerto do mundo”, com dramaturgia de Karas, sobre textos de Luís de Camões, e "Cindy", com direção cénica e musical de Sara Castanheira, são outros espetáculos anunciados.

Esta edição conta ainda com produções como “Sou”, de Mónica Monteiro e Martha García, “Conversas de café”, com direção de Vitor Mio, e "Parábola", uma criação do Novo Núcleo Teatro e do Núcleo de Literatura da Associação dos Estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, sob orientação de Sandra Hung.

“A casa de Bernarda Alba”, de Federico García Lorca, no Salão das Carochas, em Almada, com encenação de Ana Nave, sobre tradução de Rui Silvares, e “O sorriso aos pés da escada”, de Henry Miller, dirigida por Cláudia Negrão, a partir da tradução de Célia Henriques e Vítor Silva Tavares, no Teatro-Estúdio António Assunção, são as produções que encerram esta edição da mostra, no dia 30.

Espaços de discussão e de trocas de ideias, sessões para escolas, encontros, oficinas e residências artísticas e uma sessão especial de cinema, com a exibição do documentário “Verdade ou consequência”, um trabalho de Sofia Marques com o ator e encenador Luis Miguel Cintra, cofundador do Teatro da Cornucópia, constam do programa paralelo, segundo o comunicado da Câmara de Almada, hoje divulgado.

O programa desta edição da Mostra de Teatro de Almada está disponível em https://www.cm-almada.pt/28a-mostra-de-teatro-de-almada-0, aguardando ainda informações sobre todos os espetáculos e atividades paralelas.

Promover e divulgar a produção teatral do concelho de Almada é um dos objetivos da Mostra de Teatro, que tem organização da autarquia local em parceria com os grupos de teatro existentes no concelho.

O auditório Costa da Caparica, o Clube de Instruçãoe Recreio do Laranjeiro, o Teatro Municipal Joaquim Benite, a Sociedade Fimarmónica Incrível Almadense, a Biblioteca Municipal Maria Lamas e o Casino da Trafaria são salas do concelho que acolhem os espetáculos.