"Trata-se de um álbum de viagem, já que a última aventura se passava na vila. Astérix e Obélix irão para um destino desconhecido. Esse país, na verdade, não existe atualmente como tal", contou Ferri ao semanário francês "Journal du Dimanche". "Cada álbum é um pequeno passo para nos divertirmos um pouco. E Obeéix continua a sua lenta evolução psicológica."
Quando lhe perguntaram se pode recorrer aos clichés do país visitado, como costumava fazer a série de Banda Desenhada, Ferri reconheceu que, atualmente, é mais difícil. "Nos anos 1960, Albert Uderzo e René Goscinny podiam rir dos estrangeiros, fazer caricaturas dos ingleses e gregos. O ambiente era saudável. Hoje, praticamente precisamos de um dicionário para saber com o que podemos brincar."
"Brincar com os clichés faz parte dos códigos de Astérix, mas não me incomoda afastar-me um pouco disso. Tenho a sorte do meu humor particular não me levar para caricaturas muito frontais. Em 'A Filha de Vercingétorix', atenuei a forma de falar dos adolescentes, por exemplo", contou Ferri, responsável pelo texto das aventuras desde 2013. O álbum anterior da personagem foi o livro mais vendido de 2019 na França.
Desde 2013, os heróis criados há 61 anos pelos falecidos René Goscinny e Albert Uderzo alternam entre uma aventura na vila e uma viagem. "É tentador falar sobre o novo coronavírus, que afeta o mundo inteiro, mas descartei essa ideia. A pandemia é um assunto triste, carregado de ansiedade. É melhor rir de outra coisa e desejar que, quando o álbum for lançado, já tenhamos virado essa página", disse Ferri. "Apesar de tudo, talvez encontrem uma referência a uma poção que parece uma vacina ou algumas piscadelas de olho", acrescentou.
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