De acordo com o programa final do Festival Literário da Madeira (FLM), anunciado hoje pela organização, a Eventos Culturais do Atlântico (ECA), além de "muitas conversas cruzadas” entre autores de diversas nacionalidades, haverá espaço ainda para apresentações de livros e concertos.

No primeiro dia, o jornalista e escritor inglês, Mick Hume, autor do livro “Direito a Ofender – a liberdade de expressão e o politicamente correto”, marca a abertura do FLM, numa conversa com o autor e humorista Ricardo Araújo Pereira, conduzida pelo jornalista João Paulo Sacadura.

O ponto de partida para este diálogo é a frase do escritor britânico de origem indiana Salman Rushdie “O que é a liberdade de expressão? Sem a liberdade para ofender, cessa de existir.”

Já o encerramento do festival será marcado por uma conversa entre o escritor peruano Daniel Alarcón e o escritor e tradutor espanhol Javier Cercas, em torno da frase de Matthew Arnold “Jornalismo é literatura com pressa”, com moderação da jornalista Maria João Costa.

Entre estes dois momentos, o Teatro Municipal Baltasar Dias, onde decorrerá o festival, será palco de outras cinco conversas, a primeira das quais entre a escritora neozelandesa Eleanor Catton, o escritor José Luís Peixoto e a escritora finlandesa Sofi Oksanen, conduzida pela jornalista Ana Daniela Soares e subordinada ao tema “O trabalho da boa ficção é confortar o perturbado e perturbar quem está confortável”, uma frase de David Foster Wallace.

Clarice Lispector disse certa vez que “a realidade é mais inatingível que Deus – porque não se pode rezar para a realidade”, uma afirmação que justificará uma conversa entre o escritor e tradutor norte-americano Benjamin Moser e a jornalista Raquel Marinho.

Os jornalistas Cândida Pinto, Carlos Fino e Paulo Moura, moderados por Paulo Jardim, também protagonizam um desses momentos de conversas cruzadas, partindo da afirmação do jornalista e escritor polaco Ryszard Kapuściński, segundo a qual “o mundo está à espera de uma grande história, de um furo jornalístico, de uma narrativa sensacional escrita debaixo de uma chuva de balas”.

“A vista de Jerusalém é a história do mundo; é mais do que isso; é a história do céu e da terra” dá o mote para uma conversa entre Esther Mucznik, fundadora do Museu Judaico de Lisboa, o frade dominicano Frei Bento Domingues e Sheik David Munir, imã da mesquita central de Lisboa, que será moderada pelo jornalista João Céu e Silva.

Naquela que será a última conversa antes da do encerramento, a escritora e jornalista Clara Ferreira Alves, a escritora norte-americana de origem croata-iraniana Otessa Moshfegh e o escritor José Gardeazabal, moderados pelo editor Nuno Seabra Lopes, debatem a frase do autor norte-americano Philip Roth, “compreender as pessoas não tem nada a ver com a vida. O não as compreender é que é a vida”.

O festival terá ainda sessões de conversas com autores em outros pontos da ilha, acrescenta a organização.

A fadista Aldina Duarte protagoniza o momento musical, apresentando-se pela primeira vez na Madeira, com o espetáculo “Quando Se Ama Loucamente”, título do seu mais recente álbum.

A apresentação dos livros “Tristana Moo” e “O meu é maior do que o teu”, de Jeanne Willis, será feita por Susana de Figueiredo e Elisa Seixas, no dia 14.

No dia 16, Paulo Moura apresenta “À noite andamos em círculos”, de Daniel Alarcón.