Robert De Niro chamou esta terça-feira o magnata Donald Trump de “palhaço” perigoso para a democracia, num discurso à frente do tribunal de Nova Iorque onde o ex-presidente norte-americano está a ser julgado.

O ator, um veterano ativista político e crítico de Trump, disse aos jornalistas que cobriam o julgamento que o ex-presidente (2017-2021) vai tornar-se um ditador vitalício se for eleito em novembro.

"Quando Trump concorreu em 2016, foi como uma piada. Temos uma segunda oportunidade e agora ninguém está a rir. Este é o momento de detê-lo", disse De Niro, que também chamou Trump de "tirano".

Outro dos intervenientes foi Michael Fanone, antigo oficial Polícia do Capitólio atacado durante a invasão de 6 de janeiro de 2021.

A inesperada manifestação de Robert De Niro decorreu entre o cenário barulhento de manifestantes pró-Trump e alarmes de carros.

O vencedor de dois Óscares tem assumido um papel cada vez mais importante na campanha de reeleição do presidente dos EUA, Joe Biden, e inclusivamente é o protagonista de um novo anúncio de propaganda televisiva do Partido Democrata.

De Niro alertou sobre uma possível vitória de Trump: “Se ele conquistar a Casa Branca, posso dizer desde já que nunca sairá”.

"Queremos que ele governe este país e diga: 'Não vou embora? Sou um ditador vitalício'", acrescentou.

“A única forma de preservar as nossas liberdades e manter a nossa humanidade é votar em Joe Biden para presidente”, disse o famoso ator, estrela de filmes como “Taxi Driver”, “O Padrinho - Parte II", "O Touro Enraivecido" e "Tudo Bons Rapazes".

No âmbito do seu julgamento e a menos de seis meses das eleições presidenciais, Trump reiterou dentro do tribunal que o julgamento é um ataque político contra ele.

O milionário acusou diversas vezes o juiz Juan Merchan de parcialidade e denunciou que as eleições de 2020 foram fraudulentas.

Esta terça-feira começaram as alegações finais da defesa e acusação, que diz que Trump falsificou registos de contabilidade para encobrir os pagamentos a uma antiga atriz pornográfica com o objetivo de manter em segredo, durante a sua campanha presidencial em 2016, um escândalo sexual que teria ocorrido 10 anos antes.

A decisão dos 12 jurados que poderá fazer de Trump o primeiro ex-presidente da história dos EUA a ser condenado criminalmente é aguardada com expectativa em todo o país.