
Foi de forma doce, mas "devastadora" que Catherine Hardwicke descobriu a desigualdade de tratamento entre realizadores homens e mulheres em Hollywood.
A realizadora já tinha prestígio na indústria graças a filmes como "Treze - Inocência Perdida" (2003) e "Os Reis de Dogtown" (2006), mas esperava que a carreira mudasse com a adaptação de enorme sucesso do romance de Stephenie Meyer sobre o amor entre uma humana e um vampiro, interpretados por Kristen Stewart e Robert Pattinson. Afinal, o sucesso comercial em 2008 ultrapassou todas as expectativas, incluindo as do estúdio, que recolheu das bilheteiras mundiais mais de 400 milhões dos dólares em vez dos esperados 30.
Mas Catherine Hardwicke descobriu uma dura verdade.
"Não, as pessoas não vão contratar mais mulheres realizadoras. Não te vão oferecer o próximo trabalho e deixar-te fazer algo muito bom. Foi imediatamente uma realidade devastadora", disse numa entrevista ao The Guardian, 17 anos depois.

A realizadora recorda-se de ter visitado as instalações da produtora do filme, a Summit Entertainment, logo após o sucesso inicial nas bilheteiras em novembro de 2008.
Ao jornal britânico, contou que sabia que os homens realizadores podiam ser recompensados com "um carro ou um contrato para três filmes, ou [conseguir] fazer basicamente o que quisessem".
Não foi o seu caso.
"Entrei numa sala com todos aqueles presentes, e todos estavam a dar os parabéns ao estúdio, e deram-me uma caixa. Abri e era um mini cupcake", revelou.
Catherine Hardwicke já não voltou para os três filmes seguintes. Todos os realizadores foram homens.
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