Um novo concerto de Bonnie 'Prince' Billy, a atuação da dupla de mágicos Sigfried & Joy e o regresso aos palcos do ator Manuel Cavaco são propostas da programação da nova temporada do Teatro S. Luiz, anunciada na terça-feira.

Depois de em 2014 se ter apresentado na sala Luis Miguel Cintra, para abrir a primeira edição do Vale Perdido, Bonnie 'Prince' Billy regressa ao mesmo palco no dia 10 de novembro, para inaugurar a terceira edição com um concerto que, para o diretor artístico do S. Luiz, Miguel Loureiro, “é, certamente, um dos ponto altos da nova temporada”.

O músico Will Oldham, mais conhecido como Bonnie 'Prince' Billy, “continua a surpreender como um dos autores do nosso tempo”, disse Miguel Loureiro à agência Lusa, mostrando-se “muito contente e orgulhoso” com o regresso do músico norte-americano àquele palco.

Antes de se apresentar no S. Luiz, Bonnie 'Prince' Billy, que tem como último trabalho "The purple bird", dará também concertos no Ponto C, em Penafiel (8 de novembro) e na Gnration, em Braga, no dia 9, adiantou à Lusa a promotora portuguesa dos espetáculos do músico.

Na temporada 2025/2026, o Teatro S. Luiz terá espetáculos de ópera, música, dança, conversas, teatro, espaço púbico, circo, cinema, fotografia e magia, contabilizando 103 projetos de artes performativas com mais de 100 apresentações.

Do computo global, 22 espetáculos são estreias, 36 são concertos musicais, 32 espetáculos de teatro, três de dança, dois de circo outros tantos de ópera, um espetáculo de magia e três festivais de música (Misty Fest, Miso-Music e Festival de Teatro-Música 100 anos de Berio), além de espetáculos do Festival de Marionetas e Formas Animadas (FIMFA).

Da programação constam ainda 12 sessões de pensamento, 11 visitas guiadas ao teatro, quatro sessões de literatura, um ciclo de cinema e uma exposição de fotografia.

Um programa “para termos um centro da cidade, um Chiado musical” com uma programação que seja “muito celebratória nesse sentido”, frisou Miguel Loureiro à Lusa.

A nova temporada do S. Luiz abre com um espetáculo de teatro de João Garcia Miguel, “Descobridores do amor”, baseado em Camões, que fica em cena de 13 a 28 de setembro, na sala Mário Viegas.

A prioridade da nova temporada, sobretudo no outono, vai para a música, com dois concertos comemorativos dos 50 anos de carreira de Tim, “outro ponto alto da temporada”, os concertos “Júpiter e a noite transfigurada”, da Orquestra Metropolitana de Lisboa (26 de setembro), o ciclo de concertos do Festival de Teatro-Música 100 anos de Luciano Berio, dedicado ao compositor italiano que marcou a contemporaneidade, e o concerto “Entre labirintos e constelações”, da Orquestra de Câmara Portuguesa (30 de setembro) .

A atuação da orquestra de época Os Músicos do Tejo, um concerto do Ensemble D'Arcos, com Camané e Catarina Molder na interpretação de “Vanessa”, ópera em estreia portuguesa de Samuel Barber, são outros dos muitos espetáculos evidenciados pelo diretor artístico do teatro à Lusa.

Ainda no outono, destaque para uma homenagem à escritora Ivette K. Centeno (4 de outubro), “No caminho que pisas, qual o rasto que deixas”, que reunirá convidados como Ana Zanatti, António Lagarto, Clara Andermatt, Cristina Carvalhal, Cucha Carvalheiro, Jorge Reis-Sá, Luís Madureira, Luís Tinoco (com grupo coral de oito cantores), Minnie Freudenthal, Nazaré da Silva, Nuno Vieira de Almeida, Pedro Chorão e Rui Zink, entre outros.

Além da música, o teatro é outro dos “eixos centrais” da programação do S. Luiz, que aposta em levar à sala Luis Miguel Cintra “nomes jovens e em criadores jovens que estão a sedimentar o seu discurso”, segundo Miguel Loureiro.

A título de exemplo, citou nomes como Tiago Mateus, Alice Azevedo, Tita Maravilha, Flávio Gil e Mário Coelho, entre outros.

Entre as estreias no teatro, conta-se a de “Um estranho numa terra estranha”, um texto de Tiago Ribeiro Patrício e Manuel Wiborg a partir de Robert A. Heinlein, que faz regressar Manuel Cavaco a palco, anos depois da sua última peça no Teatro Experimental de Cascais (TEC).

Entre as estreias de teatro contam-se “Oleanna”, de David Mamet, com encenação de Carlos Pimenta (6 de dezembro), “Justiça cega”, de Sara Castro (28 de janeiro) e “John Gabriel Borkman”, um clássico de Ibsen, com encenação de Joaquim Horta.

De 18 a 29 de março, será a vez de “Todos pássaros”, um texto do ator, dramaturgo e diretor de teatro canadiano-libanês Wajdi Mouawad, dos “dramaturgos vivos mais representados hoje em dia e dos que produz mais espetáculos em França", disse Miguel Loureiro. A encenação é de Álvaro Correia.

“Camino Real”, um clássico de Tennessee Williams, pelos auéééu, em abril de 2026, e a estreia de Elmano Sancho naquela sala do Chiado, também em abril, com a peça “D. Juan ou a queda de um mito”, a partir de Molière, estão entre os textos que também constam da programação.

Ao longo da temporada 2025-2026, em que “a componente internacional se espraia mais na música, com propostas que vão da improvisada, à clássica, ao jazz ou ao pop, do que no teatro”, como referiu Miguel Loureiro, atuarão ainda no S. Luiz Carlos Zíngaro, Divino Sospiro e a Jovem Orquestra Portuguesa

A integral das Sinfonias de Schumann, pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, a estreia da ópera “Paraíso”, de Miguel Azguime, e um concerto de Simão Costa, com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, finalizam a temporada 2025-2026.

Uma exposição de fotografia, que durará quatro meses com trabalhos da fotógrafa Estelle Valente, antiga colaboradora do teatro, intitulada “S. Luiz um retrato íntimo”, a inaugurar no Dia Mundial do Teatro, é outra das propostas do S. Luiz.

A programação integral da temporada ficará disponível no 'site' do teatro.