A Procuradoria de Paris de Paris solicitou um novo processo contra Gérard Depardieu por violação e agressões sexuais à atriz Charlotte Arnould, contou à agência France Presse uma fonte próxima ao caso na quarta-feira.

Outros pedidos semelhantes já tinham sido apresentados em agosto de 2024, mas foram invalidados por motivos processuais.

O Ministério Público confirmou que "solicitou" na terça-feira "o envio de Gérard Depardieu ao tribunal judicial de Paris para ser julgado por crimes de violação e agressões sexuais em detrimento de Charlotte Arnould a 7 e 13 de agosto de 2018".

"Temos que aguardar a ordem de acusação do juiz de instrução. Já passaram sete anos...", disse Arnould na rede social Instagram.

A Procuradoria de Paris já fizera a solicitação a 14 de agosto de 2024, mas posteriormente a investigação foi reaberta após um pedido para analisar as declarações sexuais e sexistas do ator durante uma rodagem na Coreia do Norte e reveladas num programa de televisão em dezembro de 2023, o que causou um escândalo na França.

Depardieu fez vários comentários misóginos e insultuosos num estábulo, aparentemente contra uma jovem que estava montada num cavalo.

A 2 de outubro, uma audiência judicial determinará se as imagens foram ou não manipuladas.

Em meados de maio, o ator foi condenado a 18 meses com pena suspensa em Paris por agredir duas mulheres durante a rodagem de "Les Volets Verts", de Jean Becker, em 2021, sentença de que recorreu.

O advogado do ator, Jérémie Assous, considerou que o caso de Arnould não devia avançar já que "os vídeos de vigilância provam que não houve agressão", pois "é possível ver [Arnould] a beijar [Depardieu] durante mais de 40 segundos, apontando para as escadas que levam ao quarto e subindo as escadas sozinha e a sorrir. No dia seguinte à visita, ela escreveu-lhe a dizer que o amava e que nunca se sentiu tão bem quanto nos seus braços".

Para a defesa do cineasta, Arnould é "desqualificada" por outras "seis" acusações de violação e agressão que fez contra outras pessoas, que a Justiça não considerou "sérias".

O ator de mais de 200 filmes sempre defendeu a sua inocência.