Em "Toy Story 4" um novo membro juntou-se ao gangue de Woody e Buzz. Forky (que em Portugal se chama Garfy) é um garfo/colher a quem a pequena Bonnie dá vida quando o decora e o transforma num brinquedo. Num mundo para o qual não estava preparado e julgando que o seu objetivo de vida era ir para o lixo, Forky tem muitas questões existenciais.

A personagem, a quem dá voz o ator Tony Hale ("Veep", "Arrested Development"), tornou-se de tal forma popular que a Disney fê-la saltar do filme da Pixar para uma série de curtas-metragens animadas no Disney+, que chega a Portugal a 15 de setembro. Em cada episódio de "Forky Asks a Question" (Forky faz uma pergunta, em português), o pequeno garfo/colher procura respostas para as questões que mais o atormentam como "o que é um amigo?", "o que é o dinheiro?" ou "o que é queijo?".

O SAPO Mag conversou ao telefone com Tony Hale sobre como é dar voz a uma personagem tão peculiar.

Forky Asks a question
Forky Asks a question

SAPO Mag (S.M.): Quando é que percebeu que o Forky não se ia ficar pelo “Toy Story 4”?

Tony Hale (T.H.): Sete meses antes do filme estrear, perguntaram-me se estaria interessado em fazer uma série de curtas e eu adorei a ideia porque o Forky veio a este mundo com muitas dúvidas e isto foi apenas uma continuação disso. Adoro o conceito de perguntas da série: ‘O que é queijo? O que é o amor? O que é um amigo?´. É simples, ternurento e incrivelmente bem feito porque... Pixar.

(S.M.): E sendo da Pixar é obviamente para crianças e adultos. O que é que pode agradar aos adultos nesta série?

(T.H.): Acho que sempre podemos aprender com verdades simples, mas também porque foi o Bob Peterson [co-realizador de "Up - Altamente"] que escreveu e dirigiu a série e acho que é muito engraçada. Acho que muitos adultos podem obviamente gostar. Muitas vezes nós adultos precisamos ser trazidos de volta a estas questões simples porque a vida pode ser caótica.

(S.M.): Como é que um ator se prepara para interpretar um garfo/colher?

(T.H.): É preciso ir buscar muita dor (risos). Aquilo que eu mais adorei no Forky foi o facto de não haver regras, ele nem sabia nada sobre o universo “Toy Story”. Ele achava que o seu objetivo de vida era ajudar as pessoas a comer chili e depois ir para o lixo. E o Woody chega e explica-lhe que ele foi feito para amar e ser amado. Adoro essa mensagem.

(S.M.): Como foi entrar num projeto que tem um elenco de vozes tão impressionante?

(T.H.): O facto de eu ter trabalho num filme com a Carol Burnett é de fazer cair o queixo. Eu era um grande fã do "The Carol Burnett Show" em criança. Entrar num mundo que tem o Tom Hanks, o Tim Allen ou a Annie Potts foi bastante intimidante mas ao mesmo tempo muito entusiasmante.

(S.M.): Fazer interpretação vocal em relação a interpretar uma personagem de carne e osso é assim tão diferente?

(T.H.): Obviamente é apenas a nossa voz mas, na parte da interpretação, parecemos tão tontos em frente ao microfone como quando estamos em frente a uma câmara porque queremos transmitir a mesma emoção e vida. Portanto, não é realmente diferente em termos de desempenho. Mas posso vestir o que quiser numa sessão de gravação.

(S.M.): Consegue identificar-se com a personalidade do Forky?

(T.H.): Sim, há uma parte de ansiedade... Às vezes podemos sentir-nos esmagados pela vida. Através de terapia desenvolvi ferramentas e aprendi a lidar com isso. O Forky está constantemente assoberbado por tudo e foi muito fácil para mim trazer isso à tona. Mas para mim o que foi divertido com o Forky foi que ele não tinha medo de fazer perguntas, ele deitava tudo fora em vez de guardar para si e eu acho que uma grande parte de ser ansioso é guardar tudo para nós. O Forky desabafa tudo.

(S.M.): Em cada episódio da série, o Forky responde a uma pergunta. Que pergunta ainda não foi feita e gostaria de ver respondida?

(T.H.): (risos) Que pergunta gostaria de ver respondida? Porque é que as pessoas falam tão alto quando estão ao telefone.

(S.M.): Do catálogo do Disney+ qual é o seu filme ou a sua série favorita?

(T.H.): A Disney tem uma enorme biblioteca de conteúdo e o Disney+ é uma forma de divulgar esse conteúdo ao público. É difícil escolher um favorito: estão lá todos os episódios dos "Simpsons", está "The Mandalorian", obviamente todo o arquivo de “Star Wars”. É uma loucura tudo o que lá está.